Enquanto a maior parte dos estados brasileiros apresenta queda no número de óbitos e novos casos de covid-19, Roraima segue por via contrária e foi o único a registrar alta de 25%. É o que mostra o levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa, com base em dados das secretarias estaduais de Saúde.
Reflexo da má gestão do Governo estadual e da falta de estrutura física e de profissionais no Hospital Geral de Roraima, o Estado soma 1.549 mortes e 98.575 casos. No início da pandemia, o governador chegou a declarar que o Estado teria apenas 300 mortes. No levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Roraima aparece como a 6ª maior taxa de incidência de casos de coronavírus do Brasil, com 36,6%, que corresponde ao período de 18 de abril a 1º de maio deste ano.
A média nacional é de 28% em queda, em comparação ao mês anterior. O último levantamento registrou 423.436 mortes e 15.214.030 casos em todo o país. Além disso, 15 estados, mais o Distrito Federal, registraram números em queda. Os outros dez encontram-se estabilizados quanto aos registros de óbitos e casos de covid-19.
Esta alta taxa ainda não é reflexo das aglomerações incentivadas pelo governador Antônio Denarium que promove, diariamente, entrega de brindes a moradores carentes no interior de Roraima em parceria com senadores e deputados estaduais e federais. A terceira onda está prestes a chegar a Roraima com a explosão de novos casos oriundos das festas e reuniões políticas envolvendo moradores que não têm condições financeiras para buscar um hospital particular para tratamento da covid-19. É a antecipação da campanha eleitoral de 2022.
Somente nesta segunda-feira (10), foram confirmados no Estado 203 novas infecções por Covid-19, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). As mortes confirmadas aconteceram em maio desse ano. Há ainda 70 óbitos em investigação para determinar se a causa está relacionada ao coronavírus.
Conforme já denunciado aqui no Boa Vista Já, o governador Antônio Denarium tem executado uma gestão ineficiente na saúde, pasta que já contou com oito secretários desde o início do mandato em 2019. Além disso, o chefe do Executivo Estadual e seus aliados políticos têm promovido aglomerações em vários municípios, com fins eleitoreiros.
Enquanto isso, o Hospital Geral de Roraima (HGR), a maternidade e o Hospital de Campanha seguem sem leitos disponíveis, medicamentos e equipamentos necessários para preservar a vida dos pacientes internados nas UTIS.