COVID-19: Roraima passa de 2 mil mortes, mas Governo continua promovendo aglomeração

O governador Antonio Denarium continua totalmente apático à pandemia e às 2 mil famílias que perderam seus entes queridos - Foto: Arquivo Pessoal

Roraima ultrapassou as 2 mil mortes por Covid-19. Mas o governador Antonio Denarium continua totalmente apático à pandemia e às 2 mil famílias que perderam seus entes queridos. A falta de sentimento é nítida e Denarium faz questão de demonstrar nas entregas de cestas básicas em que ele e sua cunhada da Setrabes, Tânia Soares, fazem pelo interior promovendo grandes aglomerações desnecessárias. A preocupação do governador é apenas reunir grande quantidade de pessoas para fazer seu prolongado discurso (muito pobre, inclusive).

É fato que Denarium não soube conduzir a saúde durante a pandemia (nem antes). Enquanto milhares de pessoas choravam a morte de seus familiares, ele viajava para os municípios com sua comitiva que as vezes chegava a cerca de 400 pessoas que poderiam estar contaminadas do coronavírus. Até mesmo gente que não faz parte da estrutura do Governo acompanhava e ainda acompanha as aglomeradas viagens de Denarium para o interior.

Respiradores Além disso, menos de dois meses após o registro dos primeiros casos de Covid-19 em Roraima, estourou o escândalo dos respiradores. Ou seja, o Governo do Estado pretendia desviar os primeiros recursos enviados por Bolsonaro para o enfrentamento à pandemia em Roraima. Cerca de R$ 6 milhões seriam desviados, mas a Rádio 93 FM, denunciou com exclusividade a falcatrua dentro da Sesau. A denúncia evitou o desvio e fez a estrutura do Governo tremer. Denarium, em uma atitude desesperada, convocou coletiva de imprensa em pleno fim de semana para comunicar a exoneração do secretário de Saúde, Francisco Monteiro para parecer que não tem participação. Para quem conhece o governador sabe que não tem um pagamento que não passe pelas mão dele. Até mesmo o pagamento de diárias dos servidores só é efetuado após sua aprovação.

E as famílias? – Se a compra dos respiradores tivesse sido efetuada da maneira correta, Roraima não teria hoje esse número de óbitos. Quantas mortes poderiam ter sido evitadas com esses respiradores? Quantas famílias estariam inteiras hoje? O fato é que 2 mil vidas se perderam por falta de vaga em UTI, por falta de um suporte ventilatório, falta de medicamentos e insumos, enfim, por falta de gestão do Governo na Sesau. Foi o caso do radialista Alberto Gemaque que comoveu os roraimenses e gerou revolta da classe que pedia diariamente nas redes sociais que o Governo tomasse uma atitude. Gemaque sofreu cerca de 15 dias a espera de uma UTI no HGR. Quando finalmente conseguiu uma vaga, já era tarde demais. E mais uma família ficou despedaçada em Roraima. Filhos ficaram sem pai.

Falta de gestão – Não parecia que o Governo tinha interesse de evitar o caos em Roraima na pandemia. Inclusive, quando a Sesau confirmou os primeiros casos de Covid-19, o governador nem se deu ao trabalho de divulgar para manter a população informada para manter os cuidados necessários. Para quem não lembra, a então prefeita de Boa Vista, Teresa Surita foi quem tomou a iniciativa de informar a população que já havia casos de Covid em Roraima para que todos fortalecessem os métodos de evitar a transmissão. Denarium devia estar mais preocupado com a compra dos respiradores.

Falando nisso… – Por outro lado, por inúmeras vezes Teresa Surita se manifestou nas redes sociais durante a pandemia. Ela, inclusive, se sensibilizou diversas vezes com quem perdeu familiares por falta de leitos de UTI e de medicamentos no HGR. Ela se posicionou exatamente como devia e não deixou nenhuma criança morrer no Hospital da Criança pela falta de nada. Teresa foi a primeira autoridade em Roraima a tomar medidas para o enfrentamento à pandemia. Ela suspendeu as aulas, adotou homme office nas repartições da Prefeitura, assim como adquiriu máscaras para servidores e para a população. Ela também providenciou álcool em gel para os servidores.

Já Denarium… – Enquanto isso, Denarium, em reunião com autoridades no Palácio, se negava a suspender as aulas, inclusive, sua cunhada Leila Perussolo, se posicionou contra a essa medida. Segundo uma das fontes da coluna, Denarium só tomou a decisão depois que o deputado Marcelo Cabral chegou e aconselhou para suspender as aulas porque sabia de fonte segura que no dia seguinte Teresa iria fazer isso. Denarium e Leila, contrariados, suspenderam as aulas, mas o Governo continuou sem gestão alguma na saúde. Dessa forma, fez processo seletivo para justificar o gasto com os recursos recebidos para o combate à pandemia nas unidades de saúde, mas não convocou os aprovados. Prova disso foi que Airton Cascavel suspendeu as férias de servidores do HGR, já sobrecarregados, para dar conta da alta demanda.

Quando atinge a ele… – Em suma, a atuação e a apatia de Denarium durante a pandemia mostra que ele não se importa se pessoas morrem ou vivem. Mas se isso lhe prejudicar em algo, rapidamente ele toma uma atitude.

Perguntas:

  • Por que Denarium não se importa com as 2 mil pessoas que morreram na pandemia?
  • Da mesma forma, por que ele não toma medidas que realmente demonstre preocupação com as pessoas?

Informações: Roraima em Tempo