Comissão de Ética aprova perda de mandato de Jalser

Alexandre de Moraes pediu imediato cumprimento da decisão e solicitou informações sobre as providências adotadas no prazo de 48h

Na tarde desta terça-feira, 22, membros da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) aprovaram o parecer do relator, deputado Jorge Everton (sem partido), favorável pela cassação do deputado estadual Jalser Renier (SD) por quebra de decoro parlamentar.

A leitura e votação do parecer ocorreu no Plenário da Assembleia um dias após oitiva das testemunhas da Subcomissão de Ética. Ontem, a defesa de Jalser tentou suspender a sessão alegando não ter tido tempo hábil para notificar todas as testemunhas, mas teve o pedido negado pelo relator.

Após leitura do longo parecer, onde destacou as atitudes que apontam quebra de decoro, Jorge Everton votou a favor da cassação de Jalser.

Logo depois, o deputado Coronel Chagas, presidente da Comissão, abriu espaço para a defesa de Jalser fazer manifestação sobre o parecer. O parlamentar e nem a defesa compareceram.

Chagas, então, iniciou a chamada para a votação. No total, foram três votos favoráveis ao parecer de Jorge Everton pela cassação. Também votaram a favor os deputados Catarina Guerra (SD) e Evangelista Siqueira (PT).

Única deputada que votou contra, Lenir Rodrigues (Cidadania), foi vaiada por pessoas que acompanhavam a sessão quando criticou a imprensa. Para a parlamentar, a Casa Legislativa está antecipando um julgamento. “Não concordo tecnicamente”. Lenir é irmã de uma jornalista que foi superintendente de Comunicação da ALE em todos os anos que Jalser foi presidente da Casa Legislativa.

Após a aprovação do parecer, Jorge Everton entregou o Projeto de Resolução Legislativa que declara a perda do mandato de Jalser por conduta incompatível com o decoro parlamentar ao presidente da Comissão de Ética para que fosse encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça da ALE.

O crime

Jalser é apontado pelo Ministério Público de Roraima (MP-RR) como líder de uma organização criminosa que sequestrou e torturou o jornalista da TV Imperial Romano dos Anjos, ocorrido em outubro de 2020.

O sequestro ocorreu no dia 26 de outubro do ano passado. Bandidos o retiraram de casa, o torturam e em seguida o deixaram em uma área na região o Bom Intento, na zona Rural de Boa Vista.

Romano estava com pés e mãos amarrados com fita adesiva, mas conseguiu se soltar. Como resultado, ele passou toda a noite próximo a uma árvore no Bom Intento. Em contrapartida, a polícia encontrou o carro do jornalista queimado pelos criminosos.

Prisão

Jalser, assim como nove militares e um ex-servidor da ALE-RR, foram presos nas duas fases da Operação Pulitzer e denunciados pelo Ministério Público de Roraima (MPRR). Isso após a investigação da força-tarefa criada para apurar o caso.

A Assembleia decidiu, por unanimidade, manter a prisão do parlamentar. Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu o relaxamento da prisão de Renier e o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) impôs medidas cautelares.

Depois disso, o deputado pediu para retirar as medidas, mas o STJ negou e determinou que a ALE-RR decidisse sobre o caso.

Em contrapartida, todos os outros presos também entraram com pedido de habeas corpus no STJ. Contudo, todos tiveram o pedido negado.

Depois disso, o deputado conseguiu permissão do STJ para retirar a tornozeleira. Em seguida os deputados retiraram as outras medidas em votação. A única que permaneceu é que Jalser fica proibido de manter contato com Romano, a esposa Nattacha Vasconcelos e os outros investigados.

Informações: Portal O Poder/Roraima em Tempo