Acusado de improbidade administrativa e assédio, diretor-geral do HGR pede exoneração

Segundo fontes, a postura do médico era ditatorial, não admitia ser contrariado e perseguia os desafetos

Alvo de denúncia de assédio moral e improbidade administrativa, o médico Anderson Dalla Benetta pediu exoneração do cargo de diretor-geral do Hospital Geral de Roraima (HGR) no fim da tarde dessa segunda-feira, 14. Nomeado em julho de 2021 para o cargo, o médico teve uma gestão considerada polêmica por colegas de trabalho. Segundo fontes, a postura do médico era ditatorial, não admitia ser contrariado e perseguia os desafetos.

Em janeiro deste ano, inclusive, o vereador de Boa Vista e médico ortopedista llderson Pereira (PTB) entrou com uma ação no Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) e no Ministério Público Federal (MPF) contra o médico Anderson Dalla Benetta por improbidade administrativa e assédio moral.

Segundo o vereador, que também é servidor público e presta serviço no HGR, Benetta acumulava três cargos e recebia gratificação indevidamente. Conforme o parlamentar, logo após assumir o cargo, no mês de junho do ano passado, os vencimentos de Benetta passaram de R$ 39 mil para R$ 77 mil.

“Como um diretor de hospital que trabalha em período diurno também trabalha ao mesmo tempo como coordenador de uma unidade e ainda está de sobreaviso no mesmo horário? Outro detalhe é que ainda no mês de junho, o gestor recebeu provimentos do sobreaviso noturno, mas estranhamente não consta a assinatura dele no plantão noturno”, revelou Ilderson.

Fantasmas

Fontes também questionavam a atuação do diretor-geral quando o foco eram amigos próximos. Segundo fontes, o médico fazia vista grossa para funcionários que não cumpriam expediente, mas recebem os salários regularmente.

Em fevereiro deste ano, foi notícia que a maquiadora da primeira-dama, Simone Denarium, ter sido nomeada na Secretaria de Saúde (Sesau) com salário de mais de R$ 6 mil, mas não trabalhava.

Além disso, um sobrinho da maquiadora também ‘ganhou’ vaga no HGR e não trabalhava. As denúncias foram feitas por servidores próximos ao ex-diretor-geral do hospital. O governo, no entanto, nunca se manifestou sobre as denúncias.

Protegido

Fontes afirmam que o médico fazia o que queria e não era questionado pelo governo de Roraima porque era protegido da primeira-dama Simone Denarium. Diante da rede de proteção, servidores afirmam que trabalhavam com medo de serem punidos ou perseguidos pelo ex-diretor.

E o governo?

Por meio de nota, o governo se limitou a informar que as mudanças na gestão fazem parte da rotina administrativa.

Informações: O Poder