Déjà-vu – O novo HGR com os velhos problemas!

É sempre bom refletir diante de situações tristes e revoltantes. Pois bem, agora chegou a hora de falarmos sobre o acontecido de uma forma mais racional. Decidimos fazer isso porque nos colocamos no lugar do outro, da família e até mesmo da vítima. Gente do céu, aquele pedaço de forro em cima da cama de um ser humano internado em um hospital é de cortar o coração, de quem ainda tem um, pelo menos.

Aquela cena revoltante de um buraco no forro, pedaços de construção em cima de um paciente e no chão é viver um verdadeiro déjà-vu. Quem não lembra daquela cachoeira dentro de uma UTI com um paciente intubado tentando lutar pela vida durante um dos picos da pandemia no HGR?

Mas qual a relação desses casos? Infelizmente os dois pacientes acabaram perdendo a luta pela vida. Perderam porque não tiveram o cuidado necessário, porque talvez tenham sido entubados sem os devidos cuidados e as vezes até com medicamentos não recomendados, como acontecia diariamente naquele hospital e era amplamente divulgado na imprensa e, principalmente, entre conversas de amigos.

E a família, além do luto, agora é obrigada a viver com aquela sensação de injustiça, raiva. É doloroso ver um pai, uma mãe, um filho que está lutando pela vida sofrendo as consequências de uma má gestão, da falta de cuidado, de responsabilidade. Quantos pais de família não se foram naquele HGR durante a pandemia porque não tiveram acesso aos medicamentos, não tiveram a oportunidade de lutar pela vida.

E aí ficam alguns questionamentos. Quem será responsabilizado por aquela cena? Como que se inaugura um hospital sem uma vistoria detalhada pelos órgãos responsáveis? Se houve vistoria, porque não identificaram as falhas na construção do anexo do HGR? E se estava tudo certo com a estrutura e mesmo assim ocorreu essa tragédia, por que ainda não interditaram aquele hospital? Se aconteceu uma vez, pode acontecer duas, três. E se da próxima vez for com você?

Com as redes sociais, ficou mais difícil para os maus políticos mascararem a qualidade dos serviços que entregam à população. E agora com as chuvas, o que não faltou foi estrada esburacada, vicinais intrafegáveis, destruição de pontes de madeira recém reformadas, além de alagamentos nos hospitais, forro desabando e muito abandono.

Mais de três anos se passaram da gestão de Denarium e, o que acontecia há três anos, ainda acontece hoje. O interior está abandonado, esquecido pelo poder público e os moradores desacreditam cada vez mais na possibilidade de se chegar alguma melhoria, seja em estradas ou hospitais, escolas.

É realmente revoltante!