Revista Veja repercute denúncia de agiotagem contra Denarium

O governador de Roraima, Antônio Denarium (PP) é acusado de fazer agiotagem. Empresários e advogados que os representam tentam provar que o governador usa uma factoring, que é uma empresa comercial, sem autorização para operações financeiras, para fazer empréstimos ilegais. A denúncia foi tema de reportagem da Revista Veja na edição lançada neste domingo, 22.

Segundo a matéria, um dos advogados chegou a apresentar uma notícia-crime contra o governador junto ao Ministério Público do Estado. “A empresa dele é uma mistura de agiotagem com factoring. O que ele faz é emprestar dinheiro” , diz o advogado Francisco Salismar, que fez a defesa de uma das supostas vítimas.

A notícia-crime foi apresentada pelo madeireiro Bruno Queiroz no ano passado. Segundo o empresário, a empresa do governador vem atuando de forma ilegal, como verdadeira agência de empréstimo bancário, fazendo agiotagem e cobrando juros acima do praticado pelos bancos. São citados mais de 100 processos de execução de títulos , incluindo processos de cobrança de dívidas de pessoas físicas.

O promotor Andre Paulo dos Santos Pereira, do MP do Estado, analisou a notícia-crime e viu indícios de irregularidades nos negócios financeiros de Denarium, conduta que teria ligação com a função pública. O promotor recomendou que o assunto fosse encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que o governador tem foro privilegiado.

Por intermédio de sua assessoria, o governador atribuiu as acusações a adversários políticos, que estariam interessados em atrapalhar sua campanha.

Antônio Denarium (PP), foi eleito em 2018 com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, mas este ano corre o risco de não se reeleger. Pesquisa feita pelo instituto Pontual em abril mostra que a ex-prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), tem 64,6% das intenções de votos e Denarium 32,3%

Em 2010, quando concorreu ao cargo de suplente de senador, Antônio Denarium declarou um patrimônio pessoal de 2,4 milhões de reais junto ao TSE. Em 2018, quando disputou o cargo de governador, seus bens já somavam 15 milhões de reais.

Informações: Veja