Mercado Municipal é um clássico que fortalece a economia de Boa Vista

“É DAQUI QUE EU TIRO O MEU SUSTENTO E O DA MINHA FAMÍLIA”, DIZ A COMERCIANTE NINA DOS SANTOS — Foto: PMBV

Você por acaso sabe qual é uma das profissões mais antigas do mundo? Comerciante. Isso mesmo! E como forma de homenagear esses profissionais que contribuem, efetivamente, para o desenvolvimento da economia local e do país, é celebrado nesta sexta-feira, 16, em todo o Brasil, o “Dia do Comerciante”.

A data surgiu a partir da criação da Lei nº 2.048, de 26 de outubro de 1953, que homenageia o nascimento de José Maria da Silva Lisboa, mais conhecido por Visconde de Cairu, o Patrono do Comércio Brasileiro. Ele foi o responsável pela criação das primeiras leis que beneficiariam o comércio nacional, que antes era totalmente dependente de Portugal.

E falando em história, o Mercado Municipal São Francisco é considerado um dos centros comerciais mais antigos da capital. Fundado em 1979, o local reúne atualmente um total de 36 estabelecimentos em pleno funcionamento.

Por lá o visitante tem a possibilidade de viver uma verdadeira experiência gastronômica, com a oferta de uma incrível variedade de alimentos regionais, pratos típicos e também produtos de artesanato, dentre outros serviços.

O MERCADO SÃO FRANCISCO ESTÁ LOCALIZADO EM UM DOS BAIRROS MAIS ANTIGOS DE BOA VISTA. — Foto: PMBV

AQUELA DELÍCIA – O ‘box 12’, da comerciante Lene Vieira pode ser sim considerado um ‘clássico’ do Mercado Municipal. Isso porquê, por influência da mãe, Dona Vanda Vieira, uma das primeiras comerciantes do local, Lene chegou a estudar e tentar outra carreira, porém viu no comércio uma oportunidade e principalmente, uma paixão.

PAÇOCA, MUNGUNZÁ, BOLO DE MACAXEIRA, TAPIOCA, SÃO ALGUMAS DAS DELÍCIAS QUE PODEM SER ENCONTRADAS NO BOX DA LENE. — Foto: PMBV

E essa paixão tem cheiro bom e, principalmente, muito sabor. Por lá é servido a famosa Paçoca, um prato com carne de sol desfiada e farinha, geralmente acompanhado de banana. Além disso, delícias como tapioca, bolos de diferentes sabores, sucos, mugunzá, pupunha, dentre outras gostosuras fazem parte do cardápio.

“Pra mim ser comerciante é tudo! Hoje praticamente toda a nossa família vive do comércio e para nós é uma verdadeira alegria podermos fazer algo que amamos. Mas claro que, como toda profissão, temos os nossos desafios, sendo o principal deles a alta dos preços”, explicou.

FARINHA REGIONAL – O comerciante Júnior Félix também carrega no peito muita história de amor e dedicação, em um negócio que administra junto à mãe. Eles também atuam no Mercado Municipal desde o início das atividades.

Júnior trabalha há anos comercializando farinhas de todo o interior do estado. — Foto: PMBV

Quem visita o ‘Box 37’ vai com um único desejo: comprar farinha! São muitas variedades, texturas e sabores de farinhas produzidas no interior, assim como de outros Estados, a exemplo do Acre. Ainda é possível encontrar goma de tapioca.

“A magia de vir aqui é que você pode provar a farinha, já que no mercado elas estão lacradas, geralmente não tem essa qualidade e muito menos essa variedade. Nós, como comerciantes, enfrentamos desafios diários, mas é compensadora a satisfação do cliente”.

TEM ALMOÇO TAMBÉM – Além das delícias matinais, tem sim muita comida boa para quem quer almoçar no Mercado Municipal. Nina dos Santos trabalha no ‘Box 33’ e afirmou ter lembranças dos tempos de criança, em que corria pelo local.

Ela contou que, após sua mãe adoecer, acabou assumindo, por decisão própria, o negócio que, para ela, é essencial. “É daqui que eu tiro o meu sustento e o da minha família, então o Mercado pra mim representa muito na minha vida”, disse.

Nina falou ainda dos desafios enfrentados durante a pandemia. “Tivemos que nos reinventar e encontramos no delivery a opção perfeita para continuarmos trabalhando durante a pandemia. Deu super certo!”.

FUNCIONAMENTO – O Mercado Municipal São Francisco funciona todos os dias, das 6h às 18h, na avenida Major Williams, n°1009, Centro. Possui duas praças de alimentação compõem o ambiente, sendo uma interna para 10 restaurantes e outra externa, para 5 cafés. O espaço dispõe também de quatro armazéns para a venda de grãos e outros produtos.