Salas de aula com recursos multifuncionais em Boa Vista atendem 952 alunos da educação inclusiva. E para respeitar e garantir a inclusão dessas crianças nas mesmas metodologias de ensino, com o currículo educacional voltado à primeira infância, o município investe na capacitação continuada de profissionais, contratação por meio de concursos e garante a permanência de assistentes e cuidadores em dentro das salas.
Mais de 680 alunos são atendidos pela educação especial, que apresentam algum tipo de deficiência: física, intelectual, auditiva, visual, transtornos globais de desenvolvimento e, também, em casos de crianças com altas habilidades/superdotação. Os educadores promovem metodologias diferenciadas para o aprendizado de cada criança, seja nas Salas de Recursos Multifuncionais ou no Centro Municipal Integrado de Educação Especial.
A rede municipal de ensino disponibiliza ainda um cuidador para atender aos alunos, público-alvo da educação especial, que apresentam limitações no processo de alimentação, higienização e locomoção. E oferece vagas para alunos com necessidades especiais em todas as escolas do município, garantindo a matrícula para o aluno na escola municipal mais próxima de sua casa.
Sara Oliveira Viana, de 6 anos, aluna da Escola Municipal Professor Carlos Raimundo Rodrigues, localizada no bairro Tancredo Neves, é uma das crianças atendidas pela educação especial. A mãe Cristiane dos Santos contou que fez uma pesquisa nas escolas mais próximas para saber como funcionava a inclusão da criança especial e ficou surpresa com o resultado.
“Eu acho a escola maravilhosa, porque minha filha é tratada igual as outras crianças. Ela vai para a sala com as outras crianças, sendo que ela tem atividade diferenciada com a pedagoga especialista. Ela recebe o material igual as outras crianças, só a maneira de ensinar que é diferente. Tenho sentido muito resultado em casa. O fato de ela ter um contato direto com as outras crianças melhorou o relacionamento dela, por antes podia ter muitas crianças, mas ela não ligava, estava sempre no mundo dela. Estou totalmente satisfeita porque minha filha é tratada com muito carinho”, Cristiane dos Santos.
A pedagoga Jocivânia Bezerra, especialista em educação especial e psicopedagogia institucional e clínica, explica que quando a criança chega à escola é feito o acolhimento de toda família.
“A criança é recebida numa sala comum, junto com o professor, porém é feito todo um planejamento, adaptado de acordo com as necessidades da criança. Na sala de recursos desenvolvemos as atividades, não trabalhamos a condição, mas a forma que a criança vai desenvolver as habilidades e potencialidades”, disse.
Libras – Para garantir o acesso e a permanência dos alunos surdos, a prefeitura trabalha com a atuação de profissionais bilíngues: Libras/Língua Portuguesa, nas escolas, assim tornar o ambiente propício a aprendizagem da pessoa com surdez.
O serviço de professor bilíngue conta atualmente com 21 profissionais que atendem 31 crianças surdas na sala de aula comum ensinando Libras como primeira língua e a Língua portuguesa como segunda língua, em parceria com o professor da sala comum.
Braille – O projeto Educação Braille iniciou no ano de 2018 em Boa Vista, surgiu da necessidade de efetivar a inclusão do aluno cego por meio do sistema Braille de ensino, favorecendo o processo de aprendizagem, oferecendo interação entre o leitor com o texto lido tornando-o mais autônomo dentro e fora do ambiente escolar.
O serviço de professor Braille, hoje conta com 5 profissionais atendendo seis crianças cegas na sala de aula comum ensinando o Braille e orientação e mobilidade, em parceria com o professor titular da sala.
Salas de Recursos Multifuncionais – O trabalho é desenvolvido por 118 professores especialistas na área de educação especial, que além dos atendimentos ofertados desenvolvem diversos projetos e atividades em parcerias com a comunidade escolar na qual os alunos estão inseridos.
AEE – O Atendimento Educacional Especializado é um serviço desenvolvido na rede regular de ensino que organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas, os atendimentos devem acontecer no turno oposto no qual o aluno está matriculado no ensino regular.
Dessa forma, deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família para garantir pleno acesso e participação dos alunos. Assim complementa a formação do aluno com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.
Centro Municipal Integrado de Educação Especial – É uma instituição que conta com uma equipe multidisciplinar de pedagogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos e fonoaudiólogos que fazem os atendimentos de aproximadamente 240 crianças com necessidades especiais da rede pública e privada.