Um vídeo enviado à redação na manhã desta quinta-feira (2) mostra a superlotação da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth.
Um denunciante relatou que um dos corredores da unidade tinha 24 gestantes esperando por um atendimento digno. Algumas delas há mais de três dias. Corredores de outras alas também se encontram na mesma situação.
“Falta médico, técnico de enfermagem, todos sobrecarregados. 24 poltronas no corredor, todas gestantes. Umas com mais de três dias aguardando cesárea”, disse.
O denunciante disse ainda que a Ala das Orquídeas é a que está mais lotada. Conforme ele, é lá onde ocorrem os partos.
Veja o vídeo:
Outra servidora também procurou a redação. Então relatou que as mães esperam muito tempo para a retirada dos bebês mortos de dentro da barriga. Conforme ela, somente na semana passada, houve o registro de quatro bebês mortos.
“Tem mãezinha que está com o bebê morto na barriga aguardando a ultra para fazer a retirada. Pouco mais de 24h. Só essa semana passada foram 4 bebês mortos”, relatou.
A mulher também relatou o sofrimento das gestantes a partir do momento em que chegam na unidade.
“A mãezinha chega na emergência sofrendo muito, porém se não estiver como eles dizem, no ‘risco total’ eles mandam para a fila da cesárea”.
Desespero na maternidade
Na noite desta quarta-feira (2), uma gestante entrou em desespero na maternidade. Um vídeo mostra ela jogada no chão aos prantos. A mulher pede ajuda.
A gestante chora e pede por atendimento. Enquanto isso, servidores da unidade tentam auxiliá-la. Contudo, ela chora inconsolavelmente. Conforme apurado, ela está há vários dias na Maternidade. O caso aconteceu por volta das 22h na Ala das dos Girassóis.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e perguntou se a mulher recebeu o devido atendimento. Contudo a Pasta não respondeu. Do mesmo modo, pediu posicionamento sobre a superlotação. E, assim como no primeiro caso, a Sesau não respondeu.
Tendas e lonas
Atualmente, a maternidade funciona sob tendas e lonas enquanto o Governo conclui a reforma do prédio da unidade. Inicialmente, o governador Antonio Denarium (PP) afirmou que a situação seria provisória e duraria apenas cinco meses.
Contudo, a unidade já funciona no local há um ano e oito meses. Além disso, a Sesau já renovou o contrato por mais um ano.
R$ 24 milhões em aluguel para a maternidade improvisada
O aluguel da estrutura improvisada custa, atualmente, R$ 13 milhões. Mas a Sesau já pagou cerca de R$ 12 milhões pelo 1º ano. Ou seja, a manutenção da maternidade no local já custou R$ 24 milhões aos cofres públicos.
Por outro lado, a reforma do prédio da unidade está orçada em cerca de R$ 7 milhões e sem previsão de conclusão. As obras já duram quase três anos e os recursos são do senador Mecias de Jesus (Republicanos).
Fonte: Da Redação
