INCENTIVO À CULTURA – Primeiros espetáculos do “Boa Vista Teatrando” reuniram mais de 700 pessoas no Teatro Municipal

Como forma de incentivar e fortalecer os grupos de artes cênicas locais e para inserir mais o boa-vistense ao mundo da arte e da cultura, a Prefeitura de Boa Vista iniciou nesse final de semana o projeto “Boa Vista Teatrando”. Mais de 700 pessoas prestigiaram os dois primeiros espetáculos dessa temporada no Teatro Municipal: Mulheres Sagradas, do Espaço Cultural Maktub, e Rasga Mortalha, da Cia Meio-Fiu.

De acordo com o presidente da Fundação, Turismo, Esporte e Cultura (Fetec), Dyego Monnzaho, o projeto é integrado com seis espetáculos que vão até o mês de maio. Segundo ele, a ideia é democratizar o acesso à arte e à cultura em Boa Vista, além de promover a formação de público para essa linguagem artística no Teatro Municipal.

Projeto integra seis espetáculos que vão até o mês de maio no Teatro Municipal de Boa Vista

“Temos uma diversidade de temas dentro da programação e o mais importante é frisar a valorização dos artistas da cidade dentro desses processos de ocupação do Teatro Municipal. A presença do público vai crescendo a medida que os espetáculos vão sendo apresentado, criando um circuito e uma rotina de temporadas e apresentações na cidade.”, disse o presidente.

Mulheres Sagradas – O primeiro espetáculo foi o Mulheres Sagradas, apresentado no sábado, 18. Já está em sua 4a edição em Brasília/DF, porém em Boa Vista é a primeira vez que se apresenta. O espetáculo foi produzido e protagonizado por cerca de 20 mulheres artistas locais e também de Brasília, além de mulheres indígenas, que puderam apresentar seus trabalhos artesanais em uma exposição no foyer do teatro.

Mulheres Sagradas é dirigido pela professora de dança Ruth Santana e se apresenta pela primeira em Boa Vista 

O espetáculo foi dirigido pela diretora e professora de dança Ruth Santana, de Brasília, que tem mais de 30 anos de carreira, em parceria com a produtora roraimense e coordenadora do espetáculo, Julianne Azevedo, 40, do Espaço Cultural Maktub. Mesmo grávida de 4 meses, no palco Julianne mostrou ao público muita graça e desenvoltura para a dança.

Espetáculo foi produzido e protagonizado por cerca de 20 mulheres artistas locais e também de Brasília

“Decidimos integrar vários segmentos com mulheres que puderam mostrar suas peças artesanais indígenas e ainda fazer um show musical Indígena, Pop hop, Jazz, Samba, Música Popular Brasileira e Balé Clássico, uma homenagem a todas as mulheres. Nossa ideia foi mostrar que a mulher está conquistando cada vez mais o seu espaço em todas as áreas e principalmente artística. Só temos a agradecer a prefeitura por nos dar espaço para mostrar o nosso trabalho no palco do Teatro Municipal, um projeto que vem dar oportunidade para nós artistas”, disse Julianne.

O espetáculo contou as três fases da mulher: o infantil, o adulto, até chegar na terceira idade. E uma das mensagens que também chamou a atenção do público, foi a encenação da atriz musical Clara Zion, que declamou o poema “O Cravo e a Rosa”, transformando em uma mensagem de combate a violência contra a mulher.

Clara Zion declamou o poema “O Cravo e a Rosa”, em uma mensagem de combate a violência contra a mulher

“A Rosa nesse papel, gostava de dançar e cantar principalmente, mas o Cravo com aquela violência, tratada de maneira sutil, impedia com que ela vivesse. E assim, a Rosa se tornou uma pessoa amarga e a reclamar com Deus. Até que ela ouviu uma voz que vinha do peito e que gritava, e essa voz podia ser Deus, sua fé ou uma força de vida que existe na Rosa, que são várias mulheres que nunca puderam discar o 180”, disse a atriz.

Quem gostou desse novo projeto da prefeitura foi a servidora pública, Yane Barbosa, 45 anos, que ao conferir o espetáculo fez questão de visitar o espaço de peças artesanais. “Vim prestigiar o evento e aproveitei para conferir essas lindas peças que as mulheres indígenas fazem com muito capricho em cada peça. Acho válido a Prefeitura deixar os artistas de Boa Vista mostrarem seus talentos”, declarou Yane.

Yane Barbosal, fez questão de visitar o espaço de peças artesanais produzidas por mulheres indígenas

Rasga Mortalha – Já no domingo, 19, foi a vez da Cia Meio-Fiu apresentar o espetáculo Rasga Mortalha, que conta uma história cheia de suspense, magia, cultura e ancestralidade. Trazendo ainda um novo olha sobre a cultura ribeirinha e suas relações com o místico, além de trazer uma mensagem de reflexão sobre o meio ambiente e sua preservação.

Cia Meio-Fiu está com o espetáculo Rasga Mortalha, que conta uma história cheia de suspense, magia e ancestralidade

“Buscamos trazer no espetáculo a valorização da cultural local e ribeirinha, das nossas lendas e também do amor familiar. E sobre o Projeto Teatrando é muito bacana de ocupação do Teatro Municipal, pelos grupos de teatros do nosso estado, pois é muito importante essas ações de fomento, pois trará uma série de ações e apresentações que serão excelentes para mostrar a cara do Teatro em Roraima”, destacou o diretor da Cia Meio-Fio.

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Fotos (Créditos) – Léo Costa

https://flic.kr/s/aHBqjAwob5 (Mulheres Sagradas)

https://flic.kr/s/aHBqjAws1Y (Rasga Mortalha)