Para receberem salários atrasados, servidores estaduais terão que provar que não são funcionários “fantasmas”

A medida, segundo o governo, visa resguardar a transparência e os direitos dos servidores que cumprem sua carga horária de trabalho normalmente
A medida, segundo o governo, visa resguardar a transparência e os direitos dos servidores que cumprem sua carga horária de trabalho normalmente

Militares do Exército começaram nesta terça-feira (18) a fazer prova de vida de servidores nas secretarias do estado para diagnosticar possíveis fraudes em folhas de pagamento. O estado está sob intervenção federal há 8 dias. A inspeção acontece de forma simultânea desde o início da manhã nas secretarias do estado.

Na verificação, os militares conferem, junto ao setor de recursos humanos, a documentação de cada servidor que se apresenta e mostra documento com foto. Eles também vão de sala em sala. No palácio Hélio Campos, sede do governo estadual em Boa Vista, a fiscalização começou por volta das 8h. Para se apresentarem aos militares, servidores fazem longas filas.

“A informação foi em cima da hora. Não fomos avisados nem nada. Acho que deveria ser feito com cautela, não expor os servidores que estão trabalhando”, disse uma servidora que aguardava na fila no palácio Senador Hélio Campos.

Em comunicado, o governo de intervenção informou que os militares foram treinados e designados para “atuarem na comprovação de vínculo de trabalho dos servidores estaduais, para liberação dos pagamentos dos seus vencimentos”.

Na nota, o estado diz também que o “procedimento faz parte do controle necessário para evitar fraudes e prejuízos ao erário e visa resguardar os direitos dos servidores que cumprem sua carga horária de trabalho normalmente” e que “todo o serviço de verificação será feito “dentro da ética e da moralidade”.

Para Francisco Filgueira, presidente do Sintraima, a contagem deve atrasar ainda mais o pagamento dos servidores, que estão sem os salários de outubro e novembro. “Não há necessidade, há folha de pagamento para isso. Além do mais, se isso [prova de vida] ocorrer apenas hoje, o servidor fraulento pode muito bem apenas se apresentar hoje na pasta e não vir mais. É uma ‘caça às bruxas’ que deveria ter sido feita antes, não agora”, disse Francisco.

O atraso nos salários o atraso já dura mais de dois meses para servidores de todas as secretarias da administração direta e indireta, com exceção da Saúde e Educação. Desde o início da intervenção, apenas servidores da segurança receberam os salários de outubro.

Fonte: G1 Roraima