O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu pelo retorno do deputado Jalser Renier (SD) à presidência da Assembleia Legislativa de Roraima, na noite desta quarta-feira (23). A nova decisão ocorre à véspera da perda do mandato do parlamentar ir à votação na Casa.
Jalser Renier estava afastado do cargo, também por decisão do ministro Moraes, desde janeiro de 2021.
O despacho que reconduz Jalser e o restante dos deputados aos cargos na Mesa Diretora da Ale-RR, também suspende o processo de cassação contra o parlamentar que seria votado na sessão desta quinta-feira (24).
No texto publicado na tramitação da ação no STF, Moraes manda suspender “QUAISQUER PROCESSOS DISCIPLINARES instaurados pela atual composição da Mesa Diretora em desfavor do Deputado JELSER RENIER PADILHA, até o julgamento final da presente Ação Direta” e ordena que a Ale-RR seja comunicada imediatamente desta nova decisão.
Antes dessa decisão, Jalser tentou retornar ao cargo por meio de três recursos. No último, recusado no último dia 3, o ministro Luis Roberto Barroso, chegou a dizer que as tentativas tomavam “tempo e recursos escassos” da Corte.
Suspeito de mandar sequestrar o jornalista Romano dos Anjos, Jalser Renier foi alvo de um processo disciplinar na Ale-RR, em que foi acusado de quebra de decoro parlamentar.
O processo foi aprovado nas Comissões de Ética e Constituição e Justiça e já iria para decisão final nesta quinta. Caso fosse aprovado por 13 dos 24 deputados, ele perderia o mandato. Com a reviravolta causada pela decisão de Moraes, agora, o processo para.
Atualmente, a Ale-RR é comandada pelo adversário político de Jalser, deputado Soldado Sampaio (PCdoB). Os dois parlamentares já protagonizaram diversas discussões na Casa. Em um desses momentos, Renier foi chamado de “bandido” e “chefe de quadrilha” por Sampaio.
Nesta semana, Jalser Renier, ao tentar barrar o andamento da cassação, protagonizou vários escândalos nas sessões: chamou o relator do processo, deputado Jorge Everton, de “propineiro”, “mocinha” e até o governador do estado, Antonio Denarium (PP) de “agiotazinho safado”. Por vezes, se disse inocente e alvo de perseguição dos colegas.
Logo após a decisão de Moraes se tornar pública em Roraima, houve intensa movimentação de carros na sede da Ale-RR, localizada no Centro Cívico, onde também estão o Palácio do governo e a sede do Tribunal de Justiça de Roraima.
Informações: G1 Roraima