A Vontade de Excluir. Praias, escolas… E o que mais?

Crianças judias presas em campos de concentração nazistas.

A história da humanidade está repleta de episódios sombrios onde a intolerância e a exclusão foram usadas como ferramentas de poder. A ascensão da extrema direita em diversos países, incluindo o Brasil através do Bolsonarismo, é um fenômeno que resgata essas práticas, promovendo a exclusão sistemática de grupos que não se encaixam em seu ideal restrito de sociedade. Este comportamento, que se desenrola em etapas, visa, em última instância, a criação de uma elite homogênea composta por ricos, brancos, heterossexuais e cristãos.

A exclusão promovida pela extrema direita não é um processo abrupto, mas sim gradual e meticulosamente planejado. Inicialmente, os alvos são grupos que já enfrentam preconceitos históricos, como imigrantes, minorias étnicas e religiosas, e a comunidade LGBTQIA+. A retórica de ódio e a desumanização desses grupos são os primeiros passos para justificar políticas de exclusão e repressão.

A história nos oferece um exemplo claro e aterrador desse processo com o regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. O poema de Martin Niemöller, um pastor luterano que se opôs ao nazismo, ilustra perfeitamente como a exclusão se dá em etapas:

“Primeiro levaram os comunistas,

Mas não falei, por não ser comunista.

Depois, perseguiram os judeus,

Nada disse então, por não ser judeu,

Em seguida, castigaram os sindicalistas

Decidi não falar, porque não sou sindicalista.

Mais tarde, foi a vez dos católicos,

Também me calei, por ser protestante.

Então, um dia, vieram buscar-me.

Nessa altura, já não restava nenhuma voz,

Que, em meu nome, se fizesse ouvir.”

O poema de Niemöller é um alerta sobre os perigos da indiferença e da omissão diante da injustiça. A perseguição nazista começou com grupos específicos e, gradualmente, expandiu-se até que ninguém estivesse a salvo. A extrema direita contemporânea parece seguir um roteiro semelhante, adaptado aos tempos modernos.

No Brasil, a extrema direita tem feito avanços significativos em sua agenda de exclusão. Um exemplo claro é a tentativa de privatizar praias, um bem público que deveria ser acessível a todos. A privatização das praias não é apenas uma questão econômica, mas também uma forma de exclusão social, onde apenas os mais ricos teriam acesso a esses espaços.

Outro exemplo preocupante é privatização da gestão de escolas públicas no estado do Paraná. A educação pública é um dos pilares da igualdade de oportunidades, e sua privatização pode levar a uma segregação ainda maior. A gestão foi o primeiro passo. Podem aguardar a frexibilização da estabilidade no emprego para servidores em um futuro breve.

A luta pela exclusão dos diferentes é uma característica intrínseca da extrema direita, que busca criar uma sociedade homogênea e elitista. A história nos mostra que esse caminho leva à opressão e à violência, e é nosso dever, como sociedade, resistir a essas tendências. Devemos lembrar das lições do passado e nos posicionar contra a injustiça, antes que seja tarde demais.