Justiça determina que valor arrecadado em leilão de minério apreendido na Terra Yanomami, seja destinado ao combate do garimpo ilegal

Justiça determina que valor arrecadado em leilão de minério apreendido na Terra Yanomami, seja destinado ao combate do garimpo ilegal
Cassiterita apreendida durante ações da PF Foto: Divulgação

A Justiça Federal determinou que o valor arrecadado em leilão de pouco mais de 205 mil kg de cassiterita, seja destinado à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e à União para fortalecer ações que garantam a segurança da Terra Yanomami e de combate ao garimpo ilegal em Roraima.

Entenda o caso na Justiça

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com a Ação Civil Pública, que obrigou a Agência Nacional de Mineração (ANM) a realizar o leilão da cassiterita extraída ilegalmente da TY. Além disso, a quantia que alcançou R$ 10,5 milhões poderia acabar sob a tutela da própria AMN.

Do mesmo modo, a Justiça, também determinou que Funai e União informem, em 15 dias a contar da decisão, se os recursos destinados já se encontram disponíveis.  A partir da disponibilização dos recursos, União e Funai têm 30 dias para apresentar ao Poder Judiciário um plano de aplicação dos valores obtidos com o leilão em favor da preservação da Terra Indígena Yanomami e do combate ao garimpo ilegal na área.

O MPF explicou ainda que a  a Agência Nacional de Mineração já preparava, em abril de 2022, edital para desfazimento de cassiterita e outras substâncias minerais apreendidas em Roraima.

O MPF entende que isso representaria grave inversão de ônus dos crimes ocorridos nas terras indígenas, uma vez que cabe ao governo impedir a prática do garimpo ilegal, não podendo acabar se beneficiando dela.

Aplicação indevida

De acordo com o MPF, a direção da ANM tentou aplicar indevidamente o regulamento atinente à generalidade da mineração ilegal.

O próprio leilão da cassiterita extraída ilegalmente da Terra Indígena Yanomami também só ocorreu após decisão da Justiça, proferida em janeiro deste ano. Caso a ANM não realizasse o certame até a data definida pela Justiça, teria de pagar multa de R$ 100 mil mensais. O leilão ocorreu no dia 24 de fevereiro.

Em julho de 2022, havia decisão da Justiça que determinava à agência a realização do leilão. Bem como outras medidas contra o garimpo ilegal na TIY. Entre elas, a retirada de não indígenas da área. Mas a ANM não cumpriu a decisão à época.

Garimpo ilegal

Os mais de 200 mil kg de cassiterita, foram apreendidos entre 2021 e 2022. Além disso, de agosto de 2020 a fevereiro de 2022, Houve o registro de mais de três mil alertas do crime na região. A área da Terra Yanomasmi, que se estende por 10 milhões de hectares nos estados de Roraima e Amazonas.

Fonte: Da Redação