Denúncias de espionagem e terrorismo seguem suplente de Jean Wyllys na Câmara

David Mirand 17.356 votos na disputa de 2018 para deputado federal
David Mirand 17.356 votos na disputa de 2018 para deputado federal

Nesta quinta-feira, 24, o deputado federal reeleito Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciou que iria abandonar o mandato e o país, alegando sofrer perseguições. Em seu lugar, entrará seu suplente, o jornalista David Miranda, que chegou a ser envolvido em um escândalo internacional por conta de acusações de espionagem e terrorismo.

David Miranda é companheiro de Gleen Greenwald, jornalista do site Intercept Brasil, e foi acusado de espionagem em 2013.  Ele foi detido durante uma escala no aeroporto de Londres, em agosto daquele ano, pois, segundo o governo britânico, o mesmo tentava transportar documentos do ex-agente de inteligência norte-americano Edward Snowden e outros documentos de inteligência. Na ocasião, Miranda foi interrogado por cerca de dez horas.

As denúncias também davam conta de que o material apreendido com David era composto por mais de 60 mil documentos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) e da agência britânica de monitoramento eletrônico, a GCHQ. Na ocasião, o governo britânico qualificou o ato como “terrorismo”.

Miranda, com o companheiro, Glenn, após sua detenção em 2013 sob acusação de terrorismo (foto: Reuters)

Tanto Miranda quanto Green Wald criticaram a abordagem das autoridades britânicas e negaram as acusações. O suplente de Wyllys chegou a entrar com uma apelação contra a sua prisão, que foi julgada favorável pela Corte de Apelação, sendo considerada incompatível com a Convenção Europeia de Direitos Humanos.

Carreira política – David Miranda tem 33 anos e já foi vereador pelo Rio de Janeiro. Sua bandeira se concentra na causa LGBT+ e direitos humanos. Em 2018, obteve 17.356 votos na disputa de 2018 para deputado federal. Não foi eleito, mas seus votos e sua filiação partidária lhe garantiu a suplência.

 

Informações: Politz/ Época