Nesta quinta-feira, 24, o deputado federal reeleito Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciou que iria abandonar o mandato e o país, alegando sofrer perseguições. Em seu lugar, entrará seu suplente, o jornalista David Miranda, que chegou a ser envolvido em um escândalo internacional por conta de acusações de espionagem e terrorismo.
David Miranda é companheiro de Gleen Greenwald, jornalista do site Intercept Brasil, e foi acusado de espionagem em 2013. Ele foi detido durante uma escala no aeroporto de Londres, em agosto daquele ano, pois, segundo o governo britânico, o mesmo tentava transportar documentos do ex-agente de inteligência norte-americano Edward Snowden e outros documentos de inteligência. Na ocasião, Miranda foi interrogado por cerca de dez horas.
As denúncias também davam conta de que o material apreendido com David era composto por mais de 60 mil documentos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) e da agência britânica de monitoramento eletrônico, a GCHQ. Na ocasião, o governo britânico qualificou o ato como “terrorismo”.
Tanto Miranda quanto Green Wald criticaram a abordagem das autoridades britânicas e negaram as acusações. O suplente de Wyllys chegou a entrar com uma apelação contra a sua prisão, que foi julgada favorável pela Corte de Apelação, sendo considerada incompatível com a Convenção Europeia de Direitos Humanos.
Carreira política – David Miranda tem 33 anos e já foi vereador pelo Rio de Janeiro. Sua bandeira se concentra na causa LGBT+ e direitos humanos. Em 2018, obteve 17.356 votos na disputa de 2018 para deputado federal. Não foi eleito, mas seus votos e sua filiação partidária lhe garantiu a suplência.
Informações: Politz/ Época