CMR volta a cobrar funcionamento total do Hospital de Campanha

O Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR) voltou a cobrar o funcionamento total da Área de Proteção e Cuidados (APC), construída pelo Exército Brasileiro em Boa Vista.

Em nota, divulgada no dia 5 deste mês, o CRM-RR afirmou que é inadmissível adiar a transferência da demanda do Hospital Geral de Roraima (HGR), de responsabilidade do Governo Estadual,  para a APC.

Conforme a Operação Acolhida, a unidade já deveria estar em funcionamento desde o dia 26 de março, mas o Governo ainda não contratou profissionais, nem comprou equipamentos e insumos para atendimento de pacientes com coronavírus.

“O CRM vem a público declarar em solidariedade a toda sociedade e classe médica a  indignação e revolta diante da inércia de todos os entes envolvidos na abertura do hospital de campanha é inadmissível para não dizer criminoso, adiar a transferência imediata da demanda do hospital geral para essa unidade”, citou o texto.

Conforme o Conselho, o HGR não tem estrutura para continuar os atendimentos aos pacientes durante a pandemia do novo coronavírus.

“O HGR suporta, mas o atendimento que está sendo obrigado a fazer tem sido de forma caótica e heróica por parte da equipe de saúde. Mas esse heroísmo tem um limite que esbarra na falta de estrutura e espaço que hoje existe. Não podemos aceitar que, ao mesmo tempo, em que se tenha um caso absoluto no HGR, se tenha fotos de uma estrutura pronta para atender nosso povo”, ponderou o CRM-RR.

A instituição destacou que há quase 100 profissionais disponíveis para trabalhar no local e reiterou que espera providências. 

“Os médicos, inclusive, por meio dos sindicatos dos médicos já disponibilizaram uma lista com quase 100 profissionais médicos prontos para trabalhar de imediato. O que falta? Tomem uma providência, o que está acontecendo em Roraima é um crime contra a humanidade”, finalizou.

APC

No dia 4 deste mês, o Exército firmou parceria com novas instituições para agilizar a abertura da Área de Proteção e Cuidados. Em nota, a Operação Acolhida disse que passou a receber apoio logístico do Ministério da Saúde, Hospital Sírio Libanês e Banco Itaú.  

A Área de Cuidados tem 80 leitos em condições de funcionamento desde o dia 20 de abril, mas que ainda não foram disponibilizados por falta de insumos e corpo clínico que devem ser doados para a unidade nesta semana.

CITADO

A Secretaria de Comunicação Social do Governo de Roraima informou que o Estado tem enviado insumos à APC e que a unidade já conta com camas, ventiladores e demais materiais médico-hospitalares, além de 100% de EPIs e 80% dos medicamentos de A a Z, entre eles a Cloroquina, recomendada pelo Ministério da Saúde no tratamento contra o coronavírus.

Além destes, medicamentos para hidratação, sedação e transtornos respiratórios também foram enviados. “A próxima remessa de remédios para concluir a totalidade chega ao Estado até dia 8 de maio”, citou o Executivo Estadual.

Tão logo tenha chegado o restante dos medicamentos e seja concluído o treinamento dos 360 profissionais que atuarão na Unidade, a Operação Acolhida definirá a data para iniciar o atendimento na APC.

O governo ressaltou ainda que o local foi criado por meio de acordo de cooperação entre o Governo e a Operação Acolhida do Exército Brasileiro, em parceria com a Prefeitura de Boa Vista e a UFRR, para atender demandas relacionadas à Covid-19 e, desta forma, desafogar o HGR, que atualmente é a Unidade referência de atendimento para a doença.

Informações: Roraima em Tempo – Foto: Fábio Calilo