Diplomas de deputados eleitos presos pela PF são entregues a advogado

Renan Beckel Filho (PRB) e Ione Pedroso (SD): presos respectivamente nas operações Zaragata e Escuridão
Renan Beckel Filho (PRB) e Ione Pedroso (SD): presos respectivamente nas operações Zaragata e Escuridão

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR) informou que os diplomas dos deputados Renan Filho e Yonny Pedroso foram entregues ao advogado deles, na manhã desta segunda-feira (17), na sede da instituição. Os deputados eleitos foram presos pela Polícia Federal e não puderam comparecer à cerimônia de diplomação por estarem detidos preventivamente.

De acordo com o TRE, ambos têm direito a ser diplomados, tendo em vista que no ato da homologação da candidatura para as eleições de 2018 não eram considerados inelegíveis. Por isso, eles podem receber os diplomas que os certificam como deputados da Casa Legislativa. Os parlamentares podem tomar posse no dia 1º de janeiro.

Ainda na sexta-feira (14), dia da cerimônia de diplomação, o Ministério Público Eleitoral pediu uma liminar para que Renan não fosse diplomado. No entanto, o Pleno do TRE entendeu que a petição não era válida, rejeitou o pedido e garantiu a diplomação. No mesmo dia, Yonny Pedroso havia sido presa em casa pelos agentes federais.

Um dia antes, o Tribunal julgou uma denúncia de compra de votos envolvendo Renan Filho, mas a relatora entendeu que o pedido não tinha fundamento, porque havia sido feito por uma pessoa que não tinha sido candidata nas eleições, tampouco representava partido ou coligação. Na denúncia, Renan é apontado de comprar votos com valores entre R$ 100 e R$ 300.

Yonny teve 5,8 mil votos durante o pleito, sendo a terceira mais votada. Já Renan foi eleito com 2,6 mil votos, o 21º deputado eleito para o quadriênio 2019-2022. Os dois deputados eleitos poderão cumprir o mandato, segundo o TRE-RR.

A deputada eleita declarou patrimônio de R$ 759 mil, conforme informações no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela é empresária e gastou R$ 328,3 mil durante a campanha. Cada voto de Yonny custou R$ 56. Renan, por sua vez, teve gasto de quase R$ 53 mil. Os votos no pleito custaram em média R$ 20 cada.

CASOS – Renan é acusado através de investigações como um dos proprietários da empresa Qualigourmet, fornecedora de alimentação ao Sistema Prisional, que teria desviado R$ 70 milhões dos cofres públicos. Segundo a PF, ele e Guilherme Campos, filho da governadora afastada Suely Campos (PP), mantinham João Kleber como laranja e recebiam até 30% dos valores contratuais em espécie para manter a organização criminosa.

Yonny é apontava como envolvida no esquema que desviou R$ 50 milhões dos cofres públicos do Estado. O esquema era em torno do transporte escolar, no qual as empresas mantinham contratos superfaturados. A PF afirmou que algumas rotas citadas nos contratos não existiam, enquanto outras eram atendidas duas vezes. O marido dela, empresário José Walace, está foragido e foi o mais beneficiado com o esquema.

Informações: Jornal Roraima em Tempo