Mutação presente na variante da Covid-19 está na maioria dos casos em 6 estados, diz Fiocruz

Em dois estados, no Paraná e no Ceará, o índice de prevalência da mutação E484K superou os 70% nas amostras (Foto: Reuters)

Uma mutação suspeita de aumentar a transmissão do novo coronavírus já está presente nas amostras coletadas na maioria dos pacientes em seis de oito estados analisados, segundo nota da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgada nesta quinta-feira (4).

A mutação é a E484K, uma das alterações do vírus identificada na P.1, a variante brasileira do Sars-Cov-2. Ela também está presente em outras duas variantes que causam preocupação pelo mundo: a B.1.1.7, identificada no Reino Unido, e B.1.351, na África do Sul. As três são chamadas pelos especialistas de “variantes de preocupação”.

Há suspeita de que ela ajude o Sars-Cov-2 a se tornar mais transmissível e ainda seja responsável pelo possível enfraquecimento da ação dos anticorpos humanos contra o vírus. Apesar das evidências, os cientistas ainda conduzem estudos sobre o impacto das novas variantes na pandemia.

Estados mais afetados

Pesquisadores da Fiocruz desenvolveram um protocolo que identifica a E484K e analisaram mil amostras coletadas em fevereiro nos seguintes estados: Ceará, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Alagoas e Minas Gerais.

Em dois deles, no Paraná e no Ceará, o índice de prevalência da mutação superou os 70% nas amostras (veja mapa e lista abaixo).

“Dos oito estados avaliados neste recorte apenas dois não tiveram prevalência da mutação associada às variantes de preocupação superior a 50%: caso de Minas Gerais, com 30,3% das amostras testadas como positivo para a mutação e, Alagoas, com 42,6% – Observatório Covid-19 Fiocruz.

  • Ceará – 71,1%
  • Paraná – 70,4%
  • Santa Catarina – 63,7%
  • Rio de Janeiro – 62,7%
  • Rio Grande do Sul – 62,5%
  • Pernambuco – 50,8%
  • Alagoas – 42,6%
  • Minas Gerais – 30,3%

A Fiocruz aponta que, embora o teste seja capaz de detectar uma mutação comum a três variantes, “há indicações de que a prevalência que está sendo observada nos estados esteja associada à P.1, uma vez que as outras duas variantes não têm sido detectadas de forma expressiva no território brasileiro”.

Informações: G1