Governo não cumpre acordo e enfermeiros podem entrar em greve

No fim do prazo estabelecido no acordo judicial que suspendeu a greve da enfermagem, que ocorreu entre novembro de 2019 e janeiro de 2020, o governador Antônio Denarium (sem partido) judicializou no Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), um requerimento pedindo a proibição de uma possível retomada de greve da categoria.

O chefe do executivo justifica no pedido feito ao judiciário roraimense que a ação é para evitar um possível agravamento da pandemia de Coronavirus (Covid-19) em Roraima. Se a justiça acatar o pedido, o descumprimento da determinação por parte dos enfermeiros pode acarretar multa.

Em janeiro a categoria suspendeu por três meses a greve após um acordo ter sido assinado com o governo. O prazo do acordo venceu às 23h59 dessa segunda-feira (6).

Presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Roraima (Sindprer), Melquisedek Menezes criticou o posicionamento tomado por Denarium.

“Nesse momento tão delicado, a categoria sentiu isso como um ato inconsequente do chefe do executivo. Nós assinamos um termo e esse termo a categoria zelou até o último minuto, mas o que acontecer a partir desse momento será de responsabilidade do governador”, advertiu Menezes.

O líder sindical relembrou que foram feitas várias diligências nas secretarias envolvidas na negociação da greve e ressaltou que a categoria fez o que estava dentro do seu alcance para que houvesse uma resolução positiva do entrave.

“Tudo está na mão do governador e trabalhamos nessa greve com responsabilidade e compromisso com a sociedade roraimense e os trabalhadores dessa categoria”, acrescentou.

“Esperam o que? diz presidente do sindicato sobre retomada da greve

Questionado sobre uma possibilidade da retomada da greve, Menezes reafirmou que, em nenhum momento, foi protocolado documento sinalizando o retorno do movimento.

“Agora com a resposta que o governo deu a enfermagem, esperam o quê? Qual que esperam que seja a reação de uma categoria que há anos luta por dignidade, respeito e valorização? Isso é um insulto à Enfermagem e esse é um momento de união. O movimento nunca se eximiu de estar a frente desse combate, sem nossas armas, que são os equipamentos necessários. Tudo isso para cuidar da população”, enfatizou o presidente do Sindprer.

Informações: Folha de Boa Vista