Familiares de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Geral de Roraima (HGR), voltaram a denunciar a falta de filtros nos respiradores mecânicos utilizados no tratamento de coronavírus. Um requerimento foi entregue à direção da unidade nesta semana solicitando providências urgentes para aquisição dos materiais.
Em vídeos, duas mulheres relataram que não há estrutura para o atendimento adequado no setor, que se tornou referência para o tratamento de doenças respiratórias. Segundo elas, além da falta de filtros para expelir o ar de dentro dos pacientes infectados, não há medicamentos e outros materiais essenciais.
“É desumano e precário o que temos presenciado ali dentro. A equipe técnica e os médicos trabalham por amor. Eles dão o máximo que podem e nós temos visto o empenho deles. Porém são, muitas vezes, impossibilitados de trabalharem melhor”, disse que ela, que acompanha o filho na internação.
“São inúmeros os materiais que ali faltam. Materiais básicos não têm. Não tem EPIs [Equipamentos de Proteção Individual] para que a equipe possa trabalhar e se proteger. Então, por favor, nós estamos pedindo às autoridades máximas olharem com carinho para essa causa”, clamou.
Ela salientou que as melhorias sejam feitas para todos os pacientes internados. “Hoje é meu filho. Mas se resolve agora a situação desses filtros e depois começa tudo novamente? Como fica o amanhã? As outras vidas? Até quando vai essa situação? Eu não estou pedindo só pelo meu. Estou pedindo por todas as pessoas que estão lá dentro. Nos ajudem, mudem essa situação para acalmar o nosso coração”, frisou.
COMPRAS
Em outro vídeo, a irmã de um dos pacientes destaca que todos os acompanhantes estão custeando o suporte ao tratamento dos internados. “Diariamente, nós familiares, somos obrigados a comprar insumos, medicamentos e alimentação para melhorar o tratamento deles lá, sendo que a gente tem consciência que isso é obrigação do Estado”, relatou.
Conforme ela, os internados precisam ou vão precisar utilizar respiradores mecânicos e, sem o filtro, o ar retirado do paciente é jogado no meio ambiente sem tratamento, aumentando o risco de contaminação em profissionais e acompanhantes.
“Isso é um erro gravíssimo. É visível o caos que se instalou na saúde pública do nosso estado. O que nós pedimos não é favor, é um direito de qualquer paciente”, comentou.
No mês de abril, o Governo de Roraima anunciou a chegada de 50 novos respiradores, mas não informou se já foram instalados nas unidades. Semanas depois, o Poder Executivo realizou a compra de 30 outros aparelhos, entretanto, a compra de R$ 6,7 milhões foi superfaturada e os equipamentos nunca chegaram.
SESAU
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.
Informações: Roraima em Tempo – Foto: Edinaldo Morais