“Entregava lá pro Jalser”, afirma investigado que chegou a sacar R$ 2,3 milhões da ALERR

Patrimônio apreendido do casal passa de R$ 1 milhão

O quadro “Cadê o dinheiro que estava aqui”, do Fantástico, exibiu nesse domingo, 15, reportagem especial sobre as acusações do Ministério Público de Roraima (MPRR) contra o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), Jalser Renier, Solidariedade, e outras 17 pessoas.

Segundo o Fantástico, a investigação do MPRR aponta que Jalser e sua esposa Cinthya têm uma vida de ostentação. Milhões de reais gastos em carros, bolsas, óculos, jóias e relógios de grife.

André Nova, promotor de Justiça, deu detalhes sobre as investigações. “Jalser Renier é quem orquestrava todo esse esquema de desvio de recursos públicos no parlamento estadual, num desvio de quase R$ 24 milhões”, afirma.

“O esquema de desvio de recursos funcionava por meio de simulação de contratação de empresas de fachada para prestar serviços que na verdade nunca foram prestados, em sua grande maioria não eram prestados”, detalha o promotor.

Kleber, colaborador da Justiça e laranja de Jalser, segundo MP

O laranja de uma das empresas, conforme Fantástico, passou de zelador de um posto de gasolina para, no papel, sócio-administrativo da construtura para daí ser promovido a laranja sacador e, finalmente, Kleber Borralho de Brito virou colaborador das investigações.

Enquanto laranja, Kleber sacou quase R$ 2,3 milhões diretamente da conta da Assembleia. “Metia a dinheirama na bolsa, saia andando e entregava para a quadrilha que daí fazia o ‘rachuncho'”, diz a reportagem.

Mansão avaliada em mais de R$ 8 milhões

“A quantidade certa eu não sei, mas chegava o dinheiro aí dividia as partes deles”, diz Kleber. A autoridade policial questiona, em depoimento, “Era 50 porcento pra eles, 50 porcento pro “homem”, é assim que eles diziam”? Kleber confirma: “Entregava lá pro Jalser”.

 

Durante operação, Jalser afirma que seu único celular estaria em manutenção

Jalser afirmou que não estava com o celular em casa durante operação

A investigação do Fantástico teve acesso às imagens da operação dentro da mansão de Jalser e, em um dos trechos, é possível ouvir a autoridade policial questionando-o sobre a existência de um cofre e solicita sua abertura. Jalser retrucou dizendo “Vai ter que levar o cofre, gente, mais de dois anos sem usar. Não tem nada dentro dele”.

Jalser também foi questionado sobre seu aparelho celular. “O celular do senhor”, questiona autoridade. Jalser afirma que o seu aparelho estaria em manutenção, mas que não saberia informar o local porque teria mandado seu secretário fazer isso.

Também em nome da esposa do presidente da Assembléia foram identificados 29 imóveis. “O volume de imóveis, de bens que eles possuíam era absolutamente desproporcional à renda ou patrimônio declarado”, afirma promotor que destacou a quantidade de 368 imóveis apreendidos em nome de laranjas.

Assembleia tem 2.700 cargos comissionados e apenas 72 efetivos

O fantástico repercutiu ainda que os 24 deputados da Assembleia Legislativa de Roraima têm 2.700 cargos comissionados e apenas 72 servidores efetivos. “Isso é uma coisa que incomoda o Tribunal”, afirma Cilene Lago, presidente do Tribunal de Contas do Estado de Roraima.

Jalser diz que é inocente

“Eu acredito que o MP, uma instituição que eu respeito, mas existem alguns exageros e com certeza isso será esclarecido em momento oportuno por uma instância superior. “Eu procuro fazer meu trabalho com absoluta responsabilidade, se segundos ou terceiros estão errando, estão sendo punidos. O que eu tenho, o que minha mulher tem, o que nós temos, está devidamente declarado na Receita Federal”, disse Jalser.

Kleber Borralho de Brito foi procurado pelo Fantástico, mas não respondeu. Carlos Olímpio disse em nota que comprou uma área rural e que depois uma imobiliária fez a urbanização do terreno e a venda dos lotes.

Veja a reportagem completa: