A Justiça Federal determinou o desbloqueio imediato da BR-174 em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, onde moradores protestam e cobram medidas do governo contra a violência. O manifesto chega ao quinto dia nesta terça-feira (11) e há dois pontos na rodovia que estão fechados.
O pedido de liminar na ação de reintegração de posse da rodovia foi ingressa pela União. A ordem é do juiz Felipe Bouzada Flores Viana, da 2ª Vara Federal Cível e Criminal em Roraima, e foi publicada na noite dessa segunda (10).
Na decisão, o juiz determinou “a imediata desocupação/abstenção de ocupação da rodovia federal BR 174 e de seus acostamentos, bem como a cessação de obstrução da passagem de veículos e pessoas que transitem entre o Município de Pacaraima e a República Bolivariana da Venezuela.”
Os protestos nesta terça ocorrem em dois pontos da BR-174: na entrada da cidade, com o apoio de indígenas, e depois da rodoviária, a cerca de 500 metros da linha de fronteira entre os dois países.
Parte do comércio não está funcionando e há uma tensão entre os manifestantes e os empresários que decidiram abrir as portas nesta terça, informou a Polícia Militar da cidade.
Na decisão, magistrado fixou multa de R$ 500 para cada manifestante que permanecer na via e de R$ 10 mil para os sindicatos e outras entidades associativas que desobedecerem a ordem judicial.
As manifestações em Pacaraima ocorrem desde a última sexta-feira (7), quando uma adolescente venezuelana, de 15 anos, foi estuprada por um homem, também venezuelano, de 24 anos. Ele foi detido pela Polícia Militar e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na audiência de custódia.
O crime causou a revolta da população que foi às ruas pedir segurança. Na tarde desse domingo (10) os moradores fecharam a BR-174 no trecho que dá acesso à divisa entre os dois países e houve confronto com Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Distante 215 km da capital Boa Vista, Pacaraima é a principal porta de entrada dos venezuelanos no Brasil em razão da longa crise política, econômica e social instalada no país. A Venezuela vive um colapso econômico e humanitário, com hiperinflação e milhares de venezuelanos fugindo para outras partes da América Latina.
Informações: G1 Roraima – Foto: Wendel Vale