Preocupação com subnotificação do coronavírus na Venezuela. Roraima seria terrivelmente afetado

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quarta-feira (26) haver uma preocupação com uma possível subnotificação de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavirus na Venezuela.

Segundo o ministro, a atual situação do sistema de saúde do país que faz fronteira com o Brasil é crítica, e a rede está operando de forma deficiente.

Assim, dados importantes podem não ser divulgados corretamente e uma epidemia no país vizinho pode se alastrar pelo Brasil a partir de Roraima, onde os imigrantes cruzam a fronteira todos os dias.

“Nós temos aqui do lado a Venezuela com um sistema de saúde em frangalhos. A gente está lá lutando com difteria, febre amarela, sarapo. Como é que será que está a qualidade de informação e notificação da Venezuela?”, questionou Mandetta.

“Tudo preocupa, porque você tem hoje ali dentro um país de…Toda vez que você tem classificação de informação em saúde, preocupa, né? Em saúde, você tem que ser muito aberto, transparente, estar à disposição das pessoas”, afirmou.

Atualmente, há grande circulação de pessoas na fronteira entre Brasil e Venezuela, em especial de refugiados que buscam o território brasileiro para melhores condições de vida, todos entrando por Pacaraima.

Questionado como o governo federal pode agir, Mandetta disse se manter em “alta vigilância, como estamos fazendo”. Ele citou que o Ministério da Saúde está em diálogo permanente com a Organização Pan-Americana da Saúde, vinculada à OMS (Organização Mundial da Saúde), que ainda tem algum acesso à situação da vigilância em saúde do país vizinho.

O governo brasileiro confirmou na manhã de ontem (26) o primeiro caso de coronavírus no país: trata-se de um homem que esteve na Itália e está em São Paulo em isolamento domiciliar.

O ministro disse que é preciso observar como o vírus vai se comportar no Brasil, uma vez que as diferenças em relação à China são consideráveis, segundo sua avaliação. Ele citou como exemplo os altos índices chineses de poluição e tabagismo.

“Não se sabe como vai se comportar num país de clima tropical e no verão”, falou.

Informações e foto: Blog do Perônico