O deputado estadual Jânio Xingu (PSB) desistiu de dar continuidade ao processo de afastamento do governador de Roraima, Antonio Denarium (sem partido). Ele afirmou que o momento deve ser focado no combate à pandemia de coronavírus. Xingu foi um dos três parlamentares que assinaram o pedido de impeachment no mês passado.
Em entrevista à Rádio 93 FM, nesta terça-feira (9), o parlamentar disse que teve consenso com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jalser Renier (SD), para que houvesse união com o Poder Executivo, na tentativa de conter a propagação do vírus. O acordo, inclusive, levou à nomeação de Marcelo Lopes para a Saúde.
“Optei por unir essas forças que nos traz nesse momento. Não queria polemizar, porque podemos ter um processo que pode demorar seis ou sete meses. O processo de cassar um governador não é fácil. [Com isso] mais gente vai morrer e ficar infeliz por conta de uma briga interna de Poderes”, justificou.
Antonio Denarium foi denunciado devido à ‘catástrofe’ na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), como denominaram os parlamentares, e por não ter evitado a compra de 30 respiradores por R$ 6,4 milhões.
Junto com Xingu, os deputados Dhiego Coelho (PTC) e Betânia Almeida (PV) protocolaram o documento para o afastamento. Na semana passada, os outros dois parlamentares garantiram que vão cobrar o andamento da denúncia.
“Não é que estou me acovardando diante o povo de Roraima. O momento não cabe. É muito difícil e triste o que estamos vivendo. Uma cassação de governador seria um desastre. [Morreram] mais de 160 pessoas e [com o impeachment] iria subir para 500”, acrescentou.
TRÂMITES
Xingu explicou que o presidente da Casa Legislativa será responsável pelo destino da denúncia de crime de responsabilidade. “Na minha opinião, não cabe uma discussão ampla e desonesta que possa colocar Roraima em declínio. Estamos vivendo coisas muito ruins. Portanto, o que queremos agora é preservar a vida das pessoas”, prosseguiu.
Em relação aos indícios de irregularidades, o parlamentar comentou que os órgãos de fiscalização, como Polícia Federal, Ministério Público de Contas (MPC) e Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) devem apurar.
“Seria uma forma irresponsável da minha parte cassar um governador numa situação que estamos vivendo hoje. Não é momento justo. Quero abdicar desse processo para o povo de Roraima viver melhor”, encerrou.
Informações: Roraima em Tempo – Foto: Supcom/ALERR
