No HGR não tem NADA!

A Coluna reforça que não é implicância ou fake news. Mas, diariamente recebe mensagens de pessoas pedindo socorro para conseguir manter um parente vivo que está internado no Hospital Geral de Roraima. Hoje, essa é a única Unidade Emergencial do Estado com leitos de UTI, estrutura que se tornou indispensável no enfrentamento à pandemia. Conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde na noite desta segunda-feira (24), 95% dos leitos de UTI estavam ocupados. No informe da Secretara Estadual de Saúde constam 20 leitos do tipo dos quais 19 estariam ocupados.

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Durante o feriado prolongado do último fim de semana, a população acompanhou relatos indignados de pessoas que perderam algum ente querido devido a falta de material no Hospital Geral de Roraima. O item mais difícil de encontrar é um bloqueador muscular que custa caro e não seria encontrado no Estado. Familiares estariam buscando no Amazonas o medicamento para tentar manter vivo os pacientes. Esse bloqueador muscular é uma espécie de sedativo que ajuda a manter o paciente estabilizado quando há a necessidade de intubar. Nos grupos de whats, a população acompanhou o apelo de familiares de Adylson que fez uma campanha de arrecadação para conseguir pagar o medicamento. Infelizmente, ele morreu antes do produto chegar ao Estado. Em outro caso, o relato indignado de Reinaldo Lacerda que perdeu a esposa. Nesse caso, ele ainda buscou na justiça o que era de direito para a sua esposa, garantindo o fornecimento dos medicamentos necessários ao seu tratamento.

NEGLIGÊNCIA

Reinaldo escreveu em seu perfil do Facebook o que muitas famílias têm vontade de dizer. Endereçou palavras ao governador Antonio Denarium (Sem Partido), solicitando a exoneração do secretário Estadual de Saúde, Marcelo de Lima Lopes, indicado por Jalser Renier (SD) e toda a cúpula da saúde. O pai e esposo enlutado, deixou claro que existem bons profissionais dentro do HGR, mas que falta a condição de trabalho e de atendimento aos pacientes. Sua esposa se tornou mais uma vítima do Reinaldo classificou como negligência do Estado. E ele está correto quanto a isso. Faz tempo que o HGR é alvo de denúncias sobre a falta de material.

NÃO MUDOU

Desde o começo da pandemia, os problemas de gestão da saúde foram escancarados. Denarium trocou por sete vezes o gestor da pasta, até acatar o pedido de Jalser para a acomodação de Marcelo de Lima Lopes. Com o acordo, o presidente da Assembleia Legislativa passou a exercer o controle total sobre a pasta e garantiu ao governador o arquivamento de dois pedidos de impeachment que tramitavam na Assembleia. Além disso, as atividades da CPI da Saúde praticamente ficaram paralisadas. O saldo da negociata política foi bastante positivo especialmente para Jalser. A população que depende do HGR não pode dizer o mesmo.

FESTA ENGANOSA

Colocar o Hospital de Campanha do Exército para funcionar virou um calo no sapato de Denarium. Sem uma gestão eficiente, a Unidade demorou quatro meses para iniciar o atendimento aos pacientes, período em que o coronavírus se alastrou pelo Estado, causando o colapso no HGR. É exatamente nesse intervalo de tempo que foi registrado o maior número de mortes caudados pelo covid-19, pelos menos 400 pessoas morreram antes que o Hospital do Exército entrasse em funcionamento. E é importante destacar que essa estrutura só funcionou porque a Prefeitura de Boa Vista cedeu profissionais e porque o próprio Exército buscou outras parcerias como a que foi firmada com o Hospital sírio Libanês e com o Itaú. Da parte do Governo e dos gestores da Saúde, que inclui Jalser, o cumprimento do que foi acordado capengou. Ainda assim, eles fizeram festa e muita propaganda quando conseguiram transferir os primeiros pacientes do HGR para a Unidade do Exército. Apresentam o ato como a solução para os problemas do Estado. Porém, foi uma festa enganosa.

SÓ O HGR

Com os números da pandemia controlados, o Exército anunciou o fim da operação do Hospital de Campanha que deixou de receber pacientes em 30 de setembro, mantendo apenas os que já estavam em tratamento. Em seguida, o Governo do Estado anunciou que assumiria a Unidade para que funcione como uma retaguarda durante a reforma prevista no HGR. Isso aconteceria este mês e, como se trata da Saúde Estadual eles já prorrogaram a previsão para dezembro. Porém, os problemas persistem no HGR e até onde se sabe não existe uma solução para a melhoria do atendimento que a população precisa. Quem depositou suas esperanças nas promessas feitas por Jalser, se decepcionou. Como anunciado pelos veículos locais, os recursos para a Saúde existem porém, sua aplicação não trouxe resultados para a população.

Informações: Roraima em Tempo – Foto: Nilzete Franco