Presidente ‘presidiário’ perde o posto de rei na ALERR

Jalser Renier, deputado e presidente “presidiário” da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), como fora apelidado pelo Fantástico, está com as horas contadas na cadeira mais poderosa do legislativo estadual.

Isso porque o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Morais decidiu impedir a recondução de Jalser à presidência da ALERR e determinou nova eleição para a mesa diretora em 48h.

O pedido foi feito pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A partir de agora o cenário político de Roraima pode mudar drasticamente para melhor, porque mesmo elegendo um deputado amigo, a caneta que manda é pesada.

Imagens de quando Jalser dormiu atrás das grades em Roraima

Jalser perde o posto de “Rei” com a justificativa do novo entendimento do STF de não permitir mais de uma recondução aos cargos de presidente das Assembleias, como ocorreu com a Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Para permanecer no poder, Jalser chegou a mudar a constituição estadual, em uma forma de atropelar a Constituição Federal.

Jalser começa, nesta terça-feira, 26, a enfrentar dias difíceis com a Justiça, porque para quem responde a tantos processos e mantém tanta gente em silêncio, garantir essa ‘gordura’ vai ser mais complicado sem o poder da caneta nas mãos.

Um breve histórico da ficha criminal de Jalser, divulgada pelo Fantástico.

Há informações de que Jalser teria, inclusive, vendido recentemente uma propriedade por mais de R$ 50 milhões para garantir suas próximas defesas na Justiça.

Jalser Renier tem um histórico político queimado por conta do envolvimento em casos de corrupção, que vêm desde o escândalo dos Gafanhotos, quando sua mãe foi presa, até os tempos atuais, com a operação Joyal Flush, que expôs ao Brasil alguns dos luxos do deputado e sua esposa em Roraima.

Só nesta operação, a política apreendeu bolsas, óculos, sapatos, joias, relógios e veículos de luxo na mansão avaliada em mais de R$ 8 milhões, segundo o Fantástico. A esposa do deputado tinha mais de R$ 200 mil só em bolsas dentro de uma gaveta.

Jalser também está envolvido no sumiço do cheque de R$ 1 milhão encontrado em sua residência; o cheque de R$ 500 mil direcionado ao vice-governador de Roraima; tem o processo na Justiça por conta a agressão à ex-prefeita Teresa Surita, a operação Cartas Marcadas e muito mais.

Denarium, a partir de hoje, pode começar a cortar a mamata de Jalser na SESAU com um orçamento de mais de R$ 1 bilhão e que não tem feito nada para mudar a realidade daquele HGR. Denarium e Jalser fecharam, inclusive, o Hospital de Campanha, mesmo em plena pandemia.

Todos sabem o real motivo de Denarium ter entregue a maior Secretaria de Estado para Jalser. Não é porque Denarium gosta de Jalser, mas porque Jalser colocou a faca no pescoço do governador, como forma de chantagem para garantir o arquivamento dos pedidos de impeachment arquitetados pela própria Assembleia Legislativa de Roraima.

Jalser também tem nas mãos muita gente do judiciário, que, vira e mexe, se julga impossibilitado de decidir processos que podem trazer prejuízos pessoais e políticos ao deputado, mostrando o quanto Jalser tem raízes em instituições públicas.

Os impactos da grande perda de Jalser serão refletidos ainda na Câmara Municipal de Boa Vista, cujo vereadores de um grupo de 12 se aliaram ao presidente ‘presidiário’ para atrapalhar a gestão do prefeito Arthur Henrique e enfraquecer a possível candidatura da ex-prefeita Teresa Surita ao Governo do Estado.

Genilson Costa, indicado e financiado por Jalser, ganhou a presidência da Câmara, mas mantê-la vai ser cada dia mais difícil, porque não terá mais uma costa larga mandando no judiciário e em vários outros órgãos públicos que estiveram por anos curvados aos mandos e desmandos do deputado.

Alguns vereadores deste grupo podem até ser ingênuos, mas bestas não são. Quando aparecem na mídia “fazendo mídia”, a cara nem treme. Quem não conhece, até acredita, mas as intenções de Genilson, Vavá, Juliana, Ilderson, entre outros, a gente sabe bem, e a sociedade também.

Por fim, é chegada a hora da população ter a consciência de não reeleger Jalser e uma turma grande de deputados aliados e corrompidos. As eleições de 2022 estão batendo na porta. A decisão é sua, caro leitor.