O presidente do Diretório Municipal do PODEMOS-RR, Ozéas Colares, protocolou ontem (18) um ofício na Câmara Municipal de Boa Vista, pedindo o arquivamento do projeto de lei que autoriza a Prefeitura de Boa Vista taxar os serviços de transportes por aplicativos. A autoria é do vereador Ítalo Otávio (Republicanos) e vem causando insatisfação entre os motoristas do setor.
Segundo Ozéas, ele foi procurado por um grupo de motoristas de aplicativos que pediram para barrar a proposta. Isso porque alguns dispositivos do projeto são descabidos e representam um dano financeiro aos trabalhadores do setor. Por exemplo, um dos artigos do projeto prevê que a prefeitura possa cobrar um percentual de 0,5% até 4% de cada corrida.
“Se tivermos cerca de 7.300 motoristas de aplicativos em Boa Vista que recebam mais ou menos R$ 5 mil por mês, vamos ter uma receita de R$ 36 milhões. Desse valor, a prefeitura cobra 1% de imposto e vai arrecadar R$ 365 mil todo mês”, explica Colares, que também é auditor fiscal especialista em tributos.
Estima-se que mais de 6 mil motoristas estejam cadastrados em plataformas como Uber, inDriver, 99 Passageiro e Norte Drive. Em entrevista ao programa Rádio Verdade, da rádio Equatorial FM, na semana passada, um grupo de motoristas de aplicativos falaram sobre a insatisfação da categoria sobre o projeto de lei de Ítalo.
“Atualmente, a plataforma mais em conta para um motorista de aplicativo trabalhar é a InDriver. Nós pagamos uma taxa de 9,5%, praticamente 10% de cada corrida. Para a gente poder rodar na InDriver, a gente tem que pagar uma taxa para eles, que é o modo pré-pago. A gente faz uma recarga de no mínimo, 25 reais. Então se você pegar 25 reais por dia, no mês vai dar 700 reais. No ano, nós vamos gastar em média 8.400 reais só de taxa para o aplicativo”, explicou o motorista de aplicativo Cristiano Ribeiro.
