Após protesto de inscritos, governo volta atrás e adia provas do concurso da Polícia Civil

Apesar de ter mandado elaborar novas provas, governo garantiu que não houve indícios de vazamento ou quebra do sigilo - Foto: Reprodução/TV Imperial

Depois de garantir a lisura do certame, e afirmar que o cronograma do concurso da Polícia Civil de Roraima (PCRR) seguiria inalterado, o governador Antonio Denarium (PL) voltou atrás e adiou as provas. Ele não divulgou novas datas e motivos do adiamento.

O governador mudou de ideia depois que inscritos no concurso realizaram protesto na frente do Palácio do Governo para pedir novas datas para o certame.

“Primeiramente, um concurso desse nível, realizado depois de 18 anos, a gente esperava um pouquinho mais de segurança. Uma prova de alto nível vir de caminhão, sendo que todas as outras vêm de avião. E não tinha o acompanhamento da Polícia Civil”, disse o manifestante Franklin Custódio.

O caminhão que transportava as provas saiu da rota na última sexta-feira (29). Porém o governo não havia se pronunciado sobre o caso. Apenas nessa segunda-feira (1º), a imprensa teve acesso às imagens que mostram o caminhão com as provas no residencial Vila Jardim, localizado no bairro Cidade Satélite, zona Oeste de Boa Vista.

A princípio, com a repercussão do caso, o governo afirmou que as provas estavam intactas. E garantiu a lisura do processo. Assim, manteve as datas previstas para as provas.

Por outro lado, na manhã de hoje (02), o governador anunciou o adiamento das provas. Contudo, não revelou o que fez mudar de ideia.

Apesar de ter mandado elaborar novas provas, o Governo de Roraima garantiu que não houve indícios de que tenha ocorrido o vazamento ou quebra do sigilo relativo às provas.

No Vila Jardim

Uma moradora do Vila Jardim, que preferiu não se identificar, relatou que recebeu uma foto do seu pai, de um caminhão parado no local, que possivelmente seria o que transportava as provas do Amazonas para Roraima.

Nesse sentido, na sexta-feira (29) a moradora, que também prestará o concurso, procurou o caminhão pelo bairro para confirmar se era o caminhão com as provas. Logo depois, por volta das 23h, a candidata relata ter encontrado o caminhão em uma rua afastada e sem saída. Ao chegar, avistou oficiais da Polícia Militar de Roraima (PMRR) no local.

De acordo com ela, o caminhão estava aberto e os policiais estavam tirando o carregamento do caminhão. Ela então retornou para casa e após perceber o silêncio do governo sobre a situação, decidiu compartilhar as imagens que registrou no local.

Prejuízo dos candidatos do concurso

O silêncio do governo sobre a situação incomodou vários candidatos que se prepararam por meses para realizar o concurso. É o caso do servidor público Weslyson Costa, que se inscreveu para três cargos no certame. Ele estima que em sua preparação, gastou cerca de R$ 4 mil com cursinhos, livros e outros meios de estudo.

“O meu investimento para poder alcançar a tão sonhada vaga no serviço público foi muito alto. E não pode ser comprometido por conta de uma falha na segurança da banca Vunesp ou de uma possível fraude que está se apresentando devido às noticias que estão circulando”, disse.

Weslyson relatou que se sentiu lesado por conta da possível fraude. Ele afirmou que acionaria a justiça para solicitar um mandato de segurança para pedir a suspensão da prova, bem como a divulgação de um novo cronograma.

“O que tem sido veiculado na mídia é que nem o governador, nem a Polícia Civil vêm se pronunciando de maneira convicta para que a prova seja cancelada, e que seja garantida a lisura do concurso”, afirmou.

Informações: Roraima em Tempo