Gestantes registram pacientes internadas em corredores da maternidade improvisada do Governo

Imagens enviadas à redação mostram as filas de mulheres em cadeiras na unidade; elas aguardam por vagas em leitos e na cirurgia

Pacientes da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth reclamaram sobre a demora no atendimento na unidade. Vídeos enviados à redação na manhã desta quinta-feira (18) mostram várias mulheres nos corredores aguardando por vagas em leitos e cirurgia.

Uma delas afirmou que está há quatro dias internada. Conforme a paciente, a equipe da unidade alega que não há vagas para cesárea.

“Tem muita mulher aqui. Aqui está lotado. Lá fora também, as cadeiras estão todas cheias, e estão dizendo que não tem vaga pra cesárea.”, disse a mulher no vídeo.

Assista:

Problema recorrente

Diversas denúncias envolvem a demora no atendimento da unidade. Por exemplo, no dia 14 de julho, Irislene Neres Rodrigues perdeu o filho por conta do problema.

Do mesmo modo, a tia de uma grávida com pressão alta denunciou à reportagem o descaso e a demora para realizar o parto na maternidade.

De acordo com a denunciante, a mulher já estava grávida há 41 semanas, mas a equipe médica alegou que a situação não era de risco. Dessa forma, ela poderia esperar mais.

Similarmente, no mesmo período, o marido de uma paciente denunciou a demora na realização do parto. Ela também estava com 41 semanas de uma gestação de risco. Anteriormente, outra criança havia morrido por conta da demora.

Estrutura da maternidade

A Maternidade Nossa Senhora de Nazareth funciona de forma improvisada em uma estrutura alugada pelo Governo. Em agosto do ano passado, a Sesau assinou o contrato de aluguel por R$ 10 milhões por um ano. Logo em seguida, fez um reajuste de 18% e o aluguel passou a ser R$ cerca de 12 milhões.

No entanto, apesar do valor elevado, a unidade já apresentou inúmeros problemas estruturais. Durante chuvas no início desse mês, parte do forro da maternidade caiu, e as instalações foram invadidas pela água.

A redação recebeu vídeos que mostram as gestantes em busca de um local para se abrigar da água e funcionários que moviam móveis e equipamentos.

Citada

A redação procurou o Governo do Estado para solicitar posicionamento. Por meio de nota, a Sesau afirmou que todas as pacientes recebem a devida assistência.

Informações: Roraima em Tempo