Roraima registrou a maior taxa de admissão de imigrantes em empregos formais no segundo quadrimestre de 2019 considerando o número populacional, é o que aponta o “Relatório de Conjuntura: tendências da imigração e refúgio no Brasil” divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Entre maio e agosto deste ano, foram contratados 28.454 imigrantes em todo o país, destes 943 estão concentrados em Roraima, o que corresponde a 31,2% das admissões do estado no segundo quadrimestre deste ano.
Em números absolutos, os estados com maior número de imigrantes contratados durante o período foram São Paulo com 7,2 mil, Santa Catarina com 5,2 mil, Paraná com 3,9 mil e Rio Grande do Sul com 3,2 mil.
Juntos os estados somam 19,5 mil admissões das 28,5 mil do período, o que corresponde a cerca de 70% do total do país.
A pesquisa produzida pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra) mostra que houve concentração em duas categorias ocupacionais dos 4,7 mil postos de trabalho gerados no segundo quadrimestre de 2019: trabalhadores dos serviços e vendedores do comércio em lojas e mercados; e trabalhadores da produção de bens e serviços industriais.
Imigrantes admitidos no 2º quadrimestre de 2019
Unidade federativa | Número de admissões | taxa de admissão por região |
Roraima | 943 | 31,2% |
Amazonas | 907 | 30,7% |
Goiás | 558 | 28,8% |
Minas Gerais | 1.585 | 27,9% |
Pará | 148 | 27,7% |
Mato Grosso | 864 | 27,4% |
Rondônia | 213 | 27,1% |
Maranhão | 40 | 25% |
Mato Grosso do Sul | 753 | 24,8% |
Pernambuco | 216 | 22,7% |
Santa Catarina | 5.220 | 22,6% |
Espírito Santo | 171 | 21,8% |
Piauí | 19 | 21,3% |
Distrito Federal | 421 | 21% |
Paraná | 3.852 | 20,3% |
Ceará | 193 | 19,8% |
Paraíba | 57 | 18,4% |
Alagoas | 29 | 16,1% |
Bahia | 263 | 16% |
São Paulo | 7.177 | 15,9% |
Rio de Janeiro | 1.457 | 15,3% |
Rio Grande do Norte | 65 | 14,8% |
Tocantis | 27 | 13,9% |
Amapá | 9 | 11,1% |
Acre | 13 | 7% |
Sergipe | 9 | 5,2% |
Fonte: Relatório de Conjuntura: tendências da imigração e refúgio no Brasil
Roraima concentra maior parte de pedidos de refúgio
Ainda de acordo com o relatório, Roraima recebeu 81% dos pedidos de refúgio do país no segundo quadrimestre de 2019. Foram cerca de 3 mil entre maio e agosto. Em seguida aparecem São Paulo com 9,4% e Mato Grosso do Sul com 4,7%.
O relatório justifica o alto número de contratações de venezuelanos por Roraima fazer fronteira com a Venezuela. No entanto, quando o mesmo período analisado em 2019 é comparado com o de 2018 é mostrada uma queda no número de solicitações de refúgios de venezuelanos.
Entre maio e agosto do ano passado a taxa de pedidos de refúgio de venezuelanos era de 95,6%, enquanto neste ano o registro foi de 74,6%. Em contrapartida, a taxa de pedidos de refúgio de haitianos explodiu, no segundo quadrimestre de 2018 foi de 1% e neste passou para 20,2%. Os pedidos de cubanos também tiveram um salto de 2,8% para 4,3%.
Outra comparação que se destaca é o de pedidos de refúgio entre o primeiro e o segundo quadrimestre deste ano. Os solicitantes de refúgio de origem haitiana em Roraima passaram de 4,7% para 20,2%, respectivamente do primeiro para o segundo quadrimestre, e a de venezuelanos caiu de 90,1% para 74,6%.
Emissão de carteira de trabalho
Um dos destaques do relatório foram as emissões de Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Os haitianos que solicitaram refugio registraram 18,7% das emissões do documento no primeiro semestre deste ano em todo o país. E no segundo quadrimestre, a taxa subiu para 28,5%.
Já os venezuelanos registraram uma redução na emissão da carteira entre o primeiro e segundo quadrimestre de 2019, passaram de 65,8% para 58,8%. Enquanto os cubanos recuaram de 8,4% para 6,0% de participação entre os dois primeiros quadrimestres de 2019.