O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelou, nesta quarta-feira (23), que Roraima encerrou o ano de 2018 com saldo negativo de menos 400 vagas de emprego, o que representa decréscimo de 0,7% no acumulado de janeiro a dezembro do ano passado. A crise financeira pela qual passa o Estado influenciou na queda de contratações.
A maior diminuição de carteiras assinadas ocorreu na indústria mecânica com 23%. Um dos maiores setores, o comércio, registrou recuo de 3,3%. Na prática, isso quer dizer que quase 700 pessoas ficaram no último ano, 223 somente em dezembro.
O economista Paulo Henrique da Silva explicou que a grave crise financeira no Estado, que levou milhares de servidores a ficar sem salário por três meses, influenciou diretamente nas contratações feitas pelas empresas, já que a insegurança financeira tomou conta do mercado local.
“Tinha uma incerteza se ia receber o salário ou não. Como a economia de Roraima depende do contracheque, há esse efeito. Quando as pessoas recebem dos governos elas vão consumir, fazendo o dinheiro circular. Se o funcionário compra, o empresário vai ter demanda e terá de contratar mais. Se não tem dinheiro sendo movimentado, não há como empregar”, acrescentou o especialista.
Comércio registrou aumento nas contratações de 1,24%, encerrando o ano com mais de nove mil pessoas empregadas. Construção Civil teve um ano movimento pelas obras dos governos, mesmo assim encerrou o ano passado com queda de 0,05%, o equivalente a menos dois postos de emprego.
No total, em 2018, houve 21,8 mil pessoas contratadas com carteira assinada. Demitidos somaram 21,4 mil. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
BRASIL
Após três anos seguidos de demissões, a economia brasileira voltou a gerar empregos com carteira assinada em 2018, quando foram abertas 529.554 vagas formais.
Essa é a diferença entre as contratações, que totalizaram 15.384.283 em 2018, e as demissões – que somaram 14.854.729 pessoas.
De acordo com dados oficiais, esse também foi o melhor resultado, para um ano fechado, desde 2013
“No Brasil você tinha uma perspectiva de investimento no governo de Michel Temer, como reforma da previdência, as mudanças na legislação trabalhista, privatização. Um novo ar na economia. Isso acentua muito mais com o governo Bolsonaro. A economia está prevista para crescer 4,1% neste ano, segundo a projeção dos especialistas”, finalizou Silva.
Informações: Roraima em Tempo