Idoso passa mal e morre sem atendimento no Hospital das Clínicas, diz família

Idoso passa mal e morre sem atendimento no Hospital das Clínicas, diz família
Hospital das Clínicas Dr Wilson Franco/Foto: Edinaldo Morais/Arquivo Roraima em Tempo

José Costa, de 78 anos, tinha câncer de próstata desde novembro de 2022. Ele passou mal e morreu sem atendimento médico no Hospital das Clínicas nesta segunda-feira (20). O genro, Anderson, denunciou o ocorrido.

Ainda este mês, José havia procurado a unidade, pois sentia tonturas e estava com uma forte tosse. Já no local, foi realizado uma radiografia e constatado que o idoso estava com líquido no pulmão. Contudo, conforme Anderson, a equipe médica não quis começar o tratamento do sogro.

“Eles tiraram líquido do pulmão dele na primeira vez. Mandaram para o laboratório, a análise foi enviada para a médica, só que ela não quis falar nada. Não quis começar o tratamento. Viviam só tirando água do pulmão dele, tiraram 5,4 litros de água escura. Começaram a dar morfina para ele. Pelo conhecimento que eu tenho, eles estavam apenas confortando ele, mas a família não tinha conforto”, disse.

Falta de atendimento

Conforme Anderson, a situação piorou quando o paciente passou mal. O genro pediu ajuda aos enfermeiros e do médico plantonista, mas ele não conseguiu retorno e a situação se agravou.

“Ele (José) começou a ter uma crise. Chamei o enfermeiro, que começou a brincar e tirar onda. Tomei a frente e chamei o médico. Por eu estar de pijama, o médico achou que e eu era do hospital e levantou da cama para ver a situação. O enfermeiro foi lá e falou que eu era acompanhante. O médico decidiu ir na diretoria e dizer que eu estava atrapalhando o seu plantão. Falaram que eu estava errado e eu disse que quem estava era eles, brincando com o paciente”, pontuou.

Além disso, após esse episódio o estado de saúde do paciente piorou e os enfermeiros passaram não prestar o atendimento correto. Segundo o denunciante, a equipe “deixava ele de lado”. Então, ele acredita que o descaso no atendimento resultou na morte do sogro.

“Os enfermeiros me viam e viravam a cara para mim. Ninguém queria ir no leito. Eu falava que ele estava com dor, me oferecia para ajudar, por ter feito curso de técnico. Eu pedia pelo amor de deus para que ajudassem, mas ninguém ajudava”, relatou.

Dessa forma, José faleceu na segunda de carnaval. De acordo com o atestado de óbito a causa da morte é de metástase pulmonar e tireoidiana.

Portanto, para a família resta apenas o sentimento de revolta por perder um ente querido, que poderia estar vivo caso recebesse um melhor tratamento.

Citada

Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) não se pronunciou sobre o assunto.

Fonte: Da Redação