O VAR das Pesquisas Eleitorais

Quando os erros de arbitragem se tornaram insuportáveis foi necessária a implantação de um sistema de checagem o VAR, mas lamentavelmente as pesquisas eleitorais seguem sendo publicadas com erros e apenas após a publicação com o dano já causado é que podemos pedir que elas sejam tiradas do ar.

Faz 2 anos que apresentamos aqui as pesquisas falsas do IBOPE (agora IPEC) aquelas em que Ottaci venceria o Arthur Henrique, sim aquele mesmo que terminou com 10% dos votos.

https://g1.globo.com/google/amp/rr/roraima/eleicoes/2020/noticia/2020/10/29/pesquisa-ibope-em-boa-vista-ottaci-27percent-arthur-henrique-25percent-sheridan-8percent-linoberg-8percent.ghtml

O mesmo foi dito do Presidente Bolsonaro na qual Haddad venceria mas todos conhecemos o resultado não é mesmo?

https://exame.com/brasil/haddad-cresce-e-se-aproxima-de-bolsonaro-diz-ibope/

Que pesquisas eleitorais são manipuladas todo eleitor sabe, pois é comum que aconteçam essas distorções nos números apresentados e divulgados e depois as urnas apresentam resultados muito diferentes.

Qual foi a manipulação que permitiu colocar essa distorção na percepção do eleitorado?

A pesquisa IPEC tem erros na amostragem do nível econômico deixando de separar as pessoas por faixa de renda/salarial como o fazem todas as pesquisas e como é ensinado nas universidades, por um questionamento simples: Se o entrevistado é economicamente ativo ou não.

Mas e daí se quem trabalha tem renda/salário por que isso é então uma manipulação na amostragem?


A razão é simples. Uma pessoa que trabalha como ambulante vendendo coisas miúdas no sinal da Venezuela com a brigadeiro se declara economicamente ativa e talvez consiga faturar de R$500,00 a R$1.000,00 por mês quem sabe, enquanto um individuo comissionado do governo que também se declara economicamente ativo pode receber até R$20.000,00 ou mais por mês. Ambos são economicamente ativos, mas vivem realidades completamente diferentes, o primeiro representa 91% dos mais pobres do estado enquanto o segundo representa 1% dos mais ricos. Sabendo que ele tem opiniões muito diferentes dos candidatos a melhor forma de modificar o resultado das pesquisas é igualar a riqueza e a pobreza já que desprezando as faixas salariais colocamos quase todo mundo no mesmo patamar.  Ao fazer é possível se descartar um questionário de alguém mais pobre de fato e substituir por alguém mais rico permitindo que o resultado seja o desejado.

O gráfico abaixo mostra que a população mais pobre do estado, aqueles que precisam ir no HGR, colocar os filhos na escola pública estadual, ou seja dependem dos serviços do Governo do estado para sobrevier representam 91% da população.

Fonte: Relatório Bradesco com Base na PNAD (IBGE)

https://www.economiaemdia.com.br/BradescoEconomiaEmDia/static_files/pdf/pt/mapa/Informações%20Regionais%20Roraima.pdf

Quando o IPEC separa os entrevistados por categoria economicamente ativa ou não a divisão fica assim:

Outro erro gravíssimo desta pesquisa do IPEC é que durante a realização da mesma o entrevistador realiza filtros, sim filtros, para determinar se segue ou não com a entrevista e isso pode ocorrer por exemplo, caso o entrevistador se depare com um entrevistado/eleitor de outro estado que obviamente não pode constar entre os entrevistados já que por não votar em Roraima não deveria ter a sua opinião computada para o governo do estado.

Acontece que esta pesquisa IPEC   apresenta no questionário um filtro (FILTRO 2) em que o entrevistador encerra a entrevista caso o entrevistado não tenha participado da eleição de 2020. Vamos lembrar que nas eleições de 2020 em Roraima tivemos recorde de abstenção por causa da Covid-19.  68.254 eleitores ou 31,38% não votaram, logo excluir a opinião de todos aqueles que não tenham participado dessa eleição prejudica e impede que essa pesquisa seja um retrato da opinião da maioria dos eleitores, logo é falsa.

O TSE em sua resolução 23.637 do TSE suspende a obrigação de justificativa por não participação nas eleições de 2020.

https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2022/Marco/tse-prorroga-suspensao-das-consequencias-para-o-eleitor-que-nao-votou-nas-eleicoes-2020

https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2021/re

Uma crítica cabe ser feita. Qual a razão de nós da imprensa discutirmos tanto a necessidade de combatermos as chamadas Fake News e montarmos EQUIPES de profissionais de checagem de notícias e AO MESMO TEMPO não termos um profissional de estatística sequer que possa validar as pesquisas antes de publicarmos seus resultados. Muitos dirão que é a confiança nos institutos de pesquisa, mas será que já não provaram em todas as eleições anteriores que não são confiáveis e que deveríamos colocar seu material a prova e segunda checagem antes de permitir que sejam usadas para enganar o eleitorado? Fica a dica!!!