Mulher denuncia negligência na maternidade e pede justiça pela morte de bebê após demora no parto

Mulher denuncia negligência na maternidade e pede justiça pela morte de bebê após demora no parto
Maternidade Nossa Senhora de Nazareth – Foto: Divulgação/Secom-RR

Um mulher de 33 anos, denunciou a morte do seu bebê após negligência na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth em Roraima.

Conforme o relato, ela foi internada no dia 19 de novembro do ano passado na unidade, com nove meses de gestação. Quem a acompanhava, era sua mãe. No local, ela recebeu diagnóstico para diabetes gestacional e hipertensão.

Logo, ela pediu para que fizessem parto cesárea devido as suas condições, no entanto, a equipe induziu o parto normal e houve complicações. Após um parto demorado, o bebê, que era seu primeiro filho, nasceu no dia 22 de novembro sem oxigênio no cérebro.

“Eu pedi aos médicos no dia do plantão para fazer cesárea, no entanto, eles não fizeram. Eles já sabiam dos riscos e mesmo assim falaram que eu tinha condições para um parto normal. Eu não conseguia respirar e nem tinha força suficiente para empurrar o meu bebê para ele nascer. Teve também muita espera para ter o meu bebê”, disse.

Do mesmo modo, a mulher explicou que a criança foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O bebê ficou internado 12 dia e no dia 4 de dezembro, ele morreu “Quando ele nasceu, ele teve uma parada cardiorrespiratória. A criança não chorou e o enfermeiro chamou a equipe e colocaram ele no oxigênio, fizeram a massagem no coração e o reanimaram. Então, ele foi para a UTI.”, explicou.

Sequelas do parto

Além do abalo emocional devido à perda do filho, a mulher também enfrenta sequelas do parto.

“Não estou bem de saúde. Estou andando em pronto socorro, em posto de saúde e descobri que estou com uma hérnia epigástrica. A doutora me explicou que a hérnia foi devido as complicações que eu tive por conta do parto”, disse.

Mulher pede Justiça

Assim, após a morte do bebê, a mãe da criança procurou a direção da maternidade e também a delegacia.

“No mesmo dia que o meu filho faleceu, eu procurei a direção, a ouvidoria geral da maternidade. E de lá, fui fazer a minha denúncia. Em seguida, registrei um Boletim de Ocorrência e entrei no Ministério Público (MPRR), pois quero providências. Eu quero justiça por tudo o que aconteceu comigo e com o meu filho. Fui maltratada por alguns funcionários infelizmente”.

Citada

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde (Sesau) para posicionamento sobre o caso. Por meio de nota, disse que segue os critérios da Organização Mundial da Saúde para a realização do parto normal, “como forma de preservar a saúde da mãe e do bebê, como também a rápida recuperação da mãe após o parto”.

Além disso, disse que “diabetes e a hipertensão gestacional não eliminam as chances de um parto normal e nem é por si só indicação de cesariana, mas isso depende da gravidade, da condição da mãe e de outros fatores de saúde”.

Fonte: Rádio 93 FM