OPINIÃO: Denarium encurralado

Desde o começo da pandemia, a população de Roraima tem enfrentado problemas para conseguir um atendimento de qualidade. Na rede municipal, a Prefeitura de Boa Vista, sob o comando da ex-prefeita Teresa Surita (MDB), conseguiu reorganizar o atendimento, investindo na compra de medicamentos e teste rápidos, além de ampliar o horário de funcionamento de Unidades de Saúde e determinar as que seriam usadas exclusivamente para pacientes com sintomas da covid. Da parte do Governo do Estado, responsável por cuidar dos casos grave pouca coisa avançou. Os problemas são os mesmo de um ano atrás.

RECURSO 

Ninguém sabe dizer onde o Governo do Estado aplicou o dinheiro destinado para a saúde estadual. Segundo o Governo Federal, foram destinados mais de R$ 5 milhões para o Estado, informação que o governador Antonio Denarium (sem partido) não negou. Porém, de forma prática, ninguém sabe dizer onde o Estado aplicou esse recurso. Quem procura o atendimento do Hospital Geral de Roraima não tem garantia de sair vivo. Na Unidade que é referência no Estado, falta tudo. Não há sedativos, não tem equipe médica e falta material. Denarium não toma nenhuma atitude e não há nenhum senador que defenda a população que depende da saúde pública. O caos continua.

VACINAS

Desde março, Denarium tem sido cobrado pelo sumiço de vacinas. A conta dos números apresentados pelo Governo não fecha. O ex-senador Romero Jucá (MDB), chamou a atenção para o fato e agora, são os órgãos de controle que pressionam o governador Antonio Denarium para que ele explique como está funcionando essa logística. A verdade é que o Ministério Público Federal deu conta da ausência de 65 mil doses que corresponde à diferença entre o que o Governo do Estado recebeu do Ministério da Saúde e o que foi devidamente aplicado até agora.

NÃO ACERTA

Parece que a gestão de Denarium não acerta nunca. O Estado até começou bem com o desenvolvimento da campanha, colocando Roraima na liderança do ranking com o maior número de pessoas vacinadas. Não demorou muito tempo para a situação se inverter. Hoje, Roraima figura entre os Estados com o menor percentual da população imunizados e ainda falta explicar onde estão as 65 mil doses que não aparecem em lugar nenhum e que são de responsabilidade do Governo. Se antes Denarium usava o sucesso da campanha de vacinação como propaganda, agora joga para os prefeitos a responsabilidade pela vacinação. É agir com irresponsabilidade e de forma incoerente.

SUSPEITAS

Denarium também está sendo convocado pela Procuradoria Geral da República para prestar contas sobre os gastos com o Hospital de Campanha. O que surpreendeu muita gente é que o Estado de Roraima gastou em dois hospitais. Segundo o documento da PGR, aquela estrutura provisória e improvisada que foi montada no Estádio Canarinho também é considerada como um Hospital de Campanha. Exatamente por ter muitos problemas estruturais, ela foi fechada pelo Governo do Estado que voltou a concentrar todos os atendimentos a pacientes com agravos de covid no HGR. Depois disso, foram quatro meses de atraso para cumprir a sua responsabilidade acordada com o Exército e outras instituições, iniciando o funcionamento do Hospital de Campanha.

MAIS ERROS

Além do atraso na abertura, o Hospital de Campanha também foi fechado precocemente. Na época, houve a especulação de que o Governo não estaria novamente cumprindo as suas responsabilidades. Como havia um certo controle na pandemia, o Exército optou por encerrar as atividades, considerando que não teria como manter o atendimento. Assim, o Hospital de Campanha foi fechado em novembro e devolvido aos cuidados do Estado em dezembro para funcionar como unidade de retaguarda enquanto o HGR e a Maternidade eram reformados. Nada do planejamento feito por Denarium avançou corretamente e agora, a PGR quer saber onde foram parar os equipamentos comprados pelo Governo e como foram priorizados os gastos para manter essas unidades.

NADA DE CPI

Em participação no programa Rádio Verdade, da 93 FM, o ex-senador Romero Jucá (MDB) esclareceu que não será consultor em nenhuma CPI. A notícia, publicada pela Revista Crusoé, foi classificada por ele com fake news. Jucá já havia desmentido o fato no Twitter e disse que chegou a falar com a revista sobre o equívoco. Porém, eles mantiveram a publicação. Jucá explicou que a CPI pertence ao Senado Federal e ele não tem mandato. Portanto, não existe possibilidade de se envolver com esse trabalho. Questionado sobre o que achava da CPI, Jucá disse que ela deve agir de forma equilibrada e buscando o benefício para a população. Feito o registro e desfeita a fake news.

Informações: Roraima em Tempo