Operação Acolhida interiorizou em 2020 mais de 19 mil venezuelanos que viviam em Roraima

A Operação Acolhida interiorizou mais de 19 mil venezuelanos que viviam em Roraima em 2020. A informação foi repassada nesta terça-feira (5) durante coletiva de imprensa no Posto de Triagem da Força-Tarefa do Exército.

De acordo com o coordenador do Centro de Controle e Interiorização da Acolhida, Coronel Emílio Brandão, desde 2018 foram mais de 45 mil venezuelanos interiorizados de Roraima para cerca de 600 municípios de 26 estados brasileiros e do Distrito Federal.

“Esta é a união da Força-Tarefa Logística Militar, Organização Internacional para as Migrações [OIM] e Agência da ONU para Refugiados [ACNUR]. Continuamos com esta mesma estratégia e temos trabalhado bastante, pois é uma solução de Estado”, explicou o coordenador.

Segundo Brandão, entre janeiro e novembro de 2020, foram 18.033 mil venezuelanos interiorizados por meio do programa. Já em dezembro, foram 1.368, que no total somam 19.401 interiorizações.

“Reduzimos a quantidade de pessoas atendidas, devido à pandemia de coronavírus, mas continuamos recebendo beneficiários com as restrições”. No dia 8 deste mês, a Operação deve interiorizar ainda 45 pessoas para o Mato Grosso do Sul.

MODALIDADES

De acordo com a Força-Tarefa, existem as seguintes modalidades para interiorização: vaga de emprego sinalizada, quando o imigrante é direcionado para um cargo; institucional, transferência de abrigos de Boa Vista para outros; sociedade civil, que através de parcerias com as instituições civis o migrante é levado de um abrigo para outro, e reunificação Familiar, que é a situação na qual o cidadão tem algum familiar que pode recebê-lo em e integrá-lo na sociedade.

De acordo com o Coronel Emílio Brandão, os interiorizados são acompanhados por equipes do Exército por aproximadamente três meses. Após este processo, a Força-Tarefa disponibiliza informações de quais municípios e estados receberam refugiados e migrantes, o perfil laboral, educacional e de necessidades específicas de proteção.

“Temos equipes de auditoria e monitoração, que fazem protocolo para que as pessoas sejam acompanhadas durantes três meses, por exemplo, para o beneficiário que passa por modalidade de vaga sinalizada. A partir disso, os governos também atuam nessa monitoria”, sintetizou.

NO PAÍS

Segundo a Força-Tarefa, até dezembro de 2020, o estado que mais recebeu venezuelanos interiorizados foi São Paulo, com 7.446, seguido do Paraná, que recebeu 7.183 beneficiários do programa.

“São Paulo é uma metrópole e por possuir mais vagas de emprego recebe um grande quantitativo de migrantes. Assim também ocorre nos estados do Sul, como Paraná e Santa Catarina, por lá, os setores que mais empregam venezuelanos são frigoríficos, devido à estatura dos migrantes. Em segundo lugar está o setor de agricultura”, acrescentou.

Conforme a Acolhida, o Brasil é o sexto maior anfitrião de venezuelanos deslocados no mundo. Até agosto de 2020, mais de 260 mil refugiados, solicitantes de asilo e migrantes estavam no país. Segundo o painel, das 45 mil pessoas interiorizadas, mais de 46% está em idade laboral. Desses, 6% declararam não ter trabalho.

Informações: Roraima em Tempo – Foto: Operação Acolhida