O Governo de Roraima confirmou pelo menos 60 casos de varicela, popularmente conhecida como catapora, em detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), maior presidio do Estado. A informação foi dada em nota enviada ao Roraima em Tempo neste domingo (10).
O Governo afirma que tem adotando providências necessárias para controlar a doença. Explicou ainda que os detentos contaminados foram separados, a fim de evitar a contaminação dos demais.
“Todas as medidas cabíveis para o tratamento e controle da doença foram adotadas. Os detentos foram medicados e estão sendo acompanhados por infectologista. Além disso, estão isolados dos demais, para evitar a proliferação do vírus”, esclareceu.
Essa não é a primeira vez que os internos da unidade prisional sofrem com algum tipo de doença. Em agosto deste ano, o Roraima em Tempo teve acesso a fotos de presos da Pamc contaminados com doenças infectocontagiosas.
Na época, o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Roraima (Sindape) realizou a transferência de detentos doentes e debilitados das unidades prisionais para receber atendimento no Hospital Geral de Roraima (HGR).
O governo chegou a informar que o ato dos agentes penitenciários aconteceu sem a autorização da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), responsável pela unidade prisional.
“Eu acredito que foi uma ação sindical, uma forma de trazer as reivindicações deles de forma de sindicato e mostrar para sociedade. Uma manobra política, sem se preocupar com o estrago que estava fazendo com o atendimento das pessoas que estavam no HGR”, criticou à época o gestor da pasta, André Fernandes.
Conforme informações dos servidores do presídio, o problema teria se agravado com a transferência de 511 detentos da Cadeia Pública de Boa Vista para a Pamc na madrugada do dia 12 de julho. O Ministério Público e a Defensoria Pública tentaram reverter a decisão, mas a Justiça negou a liminar.
Procurado pela reportagem, o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Roraima (Sindape), relatou, por meio de nota, que tem alertado para os riscos dos surtos e doenças que tem ocorrido na Pamc devido a superlotação desnecessária e equivocada da penitenciária.
“O mesmo [Governo] tem dado o jeitinho brasileiro para dizer que tudo está bem, e isso impede que as políticas de saúde cheguem aos apenados [internos] e Servidores, causando certa instabilidade na vida social da unidade prisional. Os servidores vêm sido acometidos também pois estão na vanguarda do sistema todos os dias lá dentro em missões reais”, explicou.
Informações: Roraima em Tempo