Paciente espera por cirurgia há dois anos para corrigir sequelas causadas por prótese errada

A paciente de buco-maxilo-facial Ednalúcia de Souza espera há dois anos pela correção da primeira cirurgia que lhe deixou sequelas. Em depoimento à CPI da Saúde, na manhã desta quarta-feira (12) a costureira relatou os problemas.

Em 2011, ela sentiu dores e dificuldades para falar e comer. Por isso, procurou o Hospital Geral de Roraima (HGR) e foi encaminhada à Clínica Especializada Coronel Mota para acompanhamento. Dois anos depois, ela realizou a primeira cirurgia, contudo, voltou a sentir dores que se agravaram com o tempo.

Depois disso, Ednalúcia procurou novamente os profissionais da clínica para identificar o problema. Em uma ressonância foi constatado que um parafuso atingiu um nervo e a prótese colocada não era compatível com o maxilar da paciente, era menor.

“Entortou a mandíbula, estou na mesma situação de novo e não consigo mais mastigar”, disse a testemunha. Por causa disso, acionou a Justiça para garantir a correção, mas em dois anos sequer conseguiu marcar o procedimento.

Na oitiva, a testemunha demonstrava dificuldades para falar. Contou ter feito orçamentos em clínicas particulares para fazer a cirurgia, após orientação de um bucomaxilo que a atendia no Coronel Mota.

Três orçamentos estão anexados ao processo, porém, a costureira contou que só tinha conhecimento de dois. Os preços cobrados eram de R$ 85 mais R$ 4 mil para pagar o anestesista, o segundo de R$ 84 mil, e o terceiro levantamento, desconhecido pela paciente, foi feito pelo bucomaxilo em uma clínica de São Paulo, ao custo de R$ 75 mil.

Diversos pontos foram questionados pelos parlamentares da CPI, como tratamentos particulares, nomes de profissionais que atenderam Ednalúcia nestes anos. Houve situações em que ela demorou a responder e outras em que desconhecia lugares e pessoas, fato que chamou a atenção dos parlamentares.

O vice-presidente da CPI da Saúde, deputado Nilton Sindpol (Patri), reforçou a importância de a paciente colaborar com a comissão. Ele reforçou que ao contribuir, a testemunha ajuda outras pessoas que estão na fila de espera por um procedimento. “O objetivo é contribuir com a sociedade em geral”, complementou.

Todas as informações serão confrontadas com os documentos coletados pelos parlamentares na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). “Nós, de posse dessas provas e documentos fazemos as perguntas para ver a reação, a resposta da testemunha que muitas vezes omite para a CPI”, esclareceu Nilton Sindpol.

Informações: Roraima em Tempo – Foto: Supcom/ALERR