Falta de balsa afeta cerca de 8 mil moradores da terra indígena São Marcos

Balsa está parada há uma semana, devido problemas com motor

Para cada falha no motor ou encalhamento da balsa Trombetas, cerca de 8 mil pessoas são afetadas. Esse transporte, conhecido como balsa do Passarão, atravessa o rio Uraricoera e é a principal forma de transporte dos moradores da região do Baixo São Marcos, zona rural de Boa Vista, para a área urbana da Capital.

Para se ter uma noção, a balsa transporta, por semana, dois mil veículos e cerca de seis mil pessoas. Mesmo com essa importância, ela sofre com constantes problemas.

Em novembro, por exemplo, o serviço do transporte foi afetado pelo baixo nível do rio Branco. No dia 14 de dezembro, a balsa passou por mais uma manutenção devido danos no motor, e tem previsão de voltar a funcionar na quinta-feira (24).

Em situações como essa, moradores ficam a mercê do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) em caso de emergências. Para transporte de frutos da agricultura praticada na região, só resta realizar várias viagens para transportar os produtos para serem vendidos em feiras da área urbana de Boa Vista.

O coordenador dos tuxauas da região, Cláudio de Souza, explica que a falta da balsa faz com que pacientes que precisem de atendimento de alta complexidade dependam de barcos que demoram muito mais para atravessar o rio, o que coloca a saúde de quem precisa em maior perigo.

“O nosso pedido é que o governo do estado nos dê um atendimento de qualidade, coloque um motor novo na balsa e deixe o velho de reserva. Também pedimos pela atenção de deputados e o governador para que uma ponte seja feita […] São 8 mil pessoas prejudicadas somente que moram aqui, sem contar as pessoas de outros municípios que também usam a balsa frequentemente”, disse.

Cláudio também aponta que a criação de uma ponte facilitaria a venda de produtos na área urbana da Capital, o que gera mais renda para a população local e faz a economia do estado girar.

“Somos seres humanos, e também temos o direito de ir e vir. A mídia precisa divulgar a nossa necessidade, as pessoas precisam entender o quanto dependemos da balsa e o quanto a falta dela nos prejudica”, falou.

OUTRO LADO

A Secretaria de Estado de Agricultura, Percuária e Abastecimento (Seapa) informou que priorizou o reparo imediato da embarcação uma vez que a compra de um novo motor demanda tempo em função dos trâmites burocráticos previstos na Lei de Licitações e a necessidade de ter o serviço restabelecido é urgente.

“A balsa Trombetas é uma embarcação antiga e apresentou falha que não pode ser reparada no local. Foi necessário retirar o motor para um reparo mais aprofundado”, complementou.

Informações: Roraima em Tempo