Governo inviabiliza reabertura do comércio com atraso no Hospital de Campanha

Boa Vista começa a enfrentar o início do pico da pandemia do coronavírus, com aumento de casos confirmados, mais de 200 internados e cerca de 100 mortes. Situação que apresenta também superlotação nas unidades básicas de saúde com o aumento do número de pessoas doentes. De acordo com a prefeitura, essa situação tentou ser prolongada ao máximo para que o poder público pudesse se preparar.

Contudo, dois meses se passaram desde a construção do Hospital de Campanha do Exército Brasileiro, em Boa Vista, mas até hoje a unidade hospitalar está impossibilitada de receber pacientes porque o Governo do Estado não cumpriu com as suas obrigações, contratando profissionais e disponibilizando insumos. Prefeitura de Boa Vista e Universidade Federal de Roraima já cumpriram com as suas obrigações.

Esse atraso inviabiliza qualquer medida de reabertura do comércio, de acordo com o que tem falado a prefeita da capital, Teresa Surita, durante entrevistas. “Sabemos da importância do comércio para o Estado, para as pessoas, para os funcionários e empresários. Mas, só poderemos colocar em prática o plano de reabertura do comércio, que já está pronto, com leitos de retaguarda funcionando plenamente no Hospital de Campanha”, afirma.

A reabertura do comércio depende do Hospital, que depende de leitos de retaguarda, da diminuição da curva. Ou seja, o comércio (com as devidas ressalvas) permanece fechado porque ainda não há garantias de atendimento às pessoas nas unidades hospitalares de Roraima, que já estão próximas ao colapso.

Outro problema é o anexo do Hospital Geral de Roraima que ainda não saiu do papel, mesmo após anos de obras que já deveriam estar perto de concluídas. Esta semana, por exemplo, o Governo aumentou o orçamento em mais de R$ 40 milhões para finalizar o prédio.

O pedido de intervenção federal, feito pelo próprio secretário de saúde do Estado, é uma medida que tem sido vista com bons olhos por grande parte da classe política de Roraima. O ofício encaminhado ao governador reforça a falta de planejamento, gestão e compromisso desses 17 meses de governo.