Passagens e diária para Cascavel depor na CPI da Covid foram pagas com dinheiro público

Cascavel é investigado por usurpação de função pública, ou seja, usar o cargo de assessor sem antes ter sido nomeado - Foto: Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy

A CPI da Covid pediu, dois dias antes do depoimento de Airton Cascavel, que o Senado Federal (leia-se: dinheiro público) pagasse pelas passagens aéreas e o pagamento de diárias para o ex-assessor do Ministério da Saúde. O Senado também vai pagar as passagens do advogado de Cascavel, Raphael Skrobot Barbosa Grosso Filho, que o acompanhou no depoimento no último dia 5 de agosto.

Cascavel falou por horas aos senadores, foi poupado em alguns momentos, não respondeu diretamente às perguntas, e levou a oitiva no banho-maria. Tanto que ouviu de um dos parlamentares que o depoimento não acrescentou em nada.

Cascavel é investigado por usurpação de função pública, ou seja, usar o cargo de assessor sem antes ter sido nomeado. As provas são contundentes. Mas não para por aí! A CPI deve chamar o ex-assessor para falar sobre o período em que ficou à frente da Secretaria de Saúde de Roraima, de maio a julho deste ano.

É que os senadores também querem saber sobre a aplicação de recursos federais em Roraima, manchete nacional com respiradores superfaturados, e dinheiro na cueca do senador Chico Rodrigues (DEM). O desvio passa de R$ 20 milhões, conforme a Polícia Federal. Será que Cascavel vai saber explicar também por que não usou quase meio milhão em leitos de UTI? Tem muita coisa para responder ainda…

Racionamento de máscaras

As denúncias de falta de tudo continuam nas unidades de saúde estaduais. Nesta segunda-feira (9) chegou à redação mais uma sobre racionamento de máscaras N 95. Conforme informações, o equipamento deve ser utilizado por no máximo 15 dias. Em caso de exposição diária, a pessoa deve utilizar uma máscara por dia. De acordo com a denúncia, a orientação na Maternidade Estadual, é que servidores usem uma máscara por 30 dias. A Sesau informou em nota que as máscaras têm durabilidade de até três meses e que os servidores estão usando como descartáveis de forma equivocada.

Não apareceu

Na sexta passada o governo avisou que o secretário de Saúde Leocádio Vasconcelos concederia coletiva de imprensa para falar sobre o retorno das cirurgias eletivas. Mas Leocádio não apareceu e o adjunto Alexandre Salomão conduziu a coletiva. Ele nunciou o fechamento de 24 leitos de UTI para Covid, bem como a transferência de pacientes para o Hospital de Campanha. A Secretaria também informou da retomada das cirurgias eletivas, mas não soube informar a quantidade de pessoas que esperam na fila por procedimentos cirúrgicos. Semana passada a redação recebeu denúncia de uma autônoma que estava há 45 dias sem andar após acidente doméstico e só conseguiu marcar cirurgia no joelho para setembro.

Telmário ataca judiciário

O senador Telmário Mota publicou vídeo no dia 6 deste mês criticando o judiciário por decisão que o impede de espalhar fake news em redes sociais. Ele classifica a multa de R$ 10 mil por descumprimento como “esdrúxula”. A prefeita de Mucajaí, a Dona Nega, foi quem moveu o processo em que o acusou de espalhar fake News quando ele afirmou ter enviado emendas para o combate à pandemia no município.

Ataca, mas se faz de vítima

A crítica de Telmário veio também depois que o judiciário negou seu pedido para que Dona Nega retirasse de todas as plataformas o vídeo em que ela o desmente e fala um sonoro “me respeite!”. Ele alega que o conteúdo é extremamente ofensivo à sua imagem e que as acusações ofenderam sua honra. Só que o juiz escreveu na decisão que Telmário deve entender que como político é passível de críticas da população.