Com estruturas deterioradas, servidores dizem que volta às aulas na rede estadual foi mal planejada

Além de infraestrutura deficitária, professores alegam que não recebem material para o combate à covid-19 dentro das escolas

Servidores da rede estadual de ensino denunciaram a falta de estrutura nas escolas para a retomada das aulas presenciais. Desde o último dia 20 que alunos do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) voltaram às salas de aula na rede pública de educação. A situação já foi denunciada pelo Boa Vista Já na semana passada.

De acordo com os denunciantes, que pediram para não serem identificados por medo de represálias dentro da Secretaria de Educação, não há material de sanitização adequado para receber os estudantes, além da falta de infraestrutura em parte das escolas.

Como exemplo, foram enviadas fotos das escolas estaduais Senador Hélio Campos, no bairro de mesmo nome, e também na Voltaire Pinto, localizada no bairro Dr. Sílvio Leite, Zona Oeste de Boa Vista.

“No Senador Hélio Campos falta material de expediente, máscaras, o álcool já acabou, e não tem o mínimo de estrutura para poder oferecer educação de qualidade. O mato toma conta da escola, há cadeiras quebradas, a quadra poliesportiva está completamente deteriorada. Não temos como controlar alunos sem máscaras e ainda tivemos que fazer cota para comprar álcool em gel e nossas máscaras descartáveis, para poder trabalhar”, disse uma professora.

“Não podemos aceitar isso porque aqui existem vários riscos à comunidade estudantil e também aos servidores da educação, muitos, inclusive, são do grupo de risco. Não estamos tendo o suporte adequado da secretaria [de Educação] para conseguir executar nosso trabalho, e ainda querem pintar a impressão de que a volta às aulas está sendo feita em segurança, mas isso não é verdade. Precisamos deixar claro que não adianta retomar o ensino presencial e não oferecer a estrutura adequada para isso”, disse outra profissional de educação.

Secretaria de Educação – Sobre a falta de materiais apropriados para a retomada das aulas, a Secretaria de Educação informou que a denúncia não procede. Em nota, a Seed diz que disponibilizou dois totens para álcool em gel, materiais de limpeza e de higiene, mas não falou sobre máscaras.

Já sobre os problemas de infraestrutura nessas unidades, a nota diz que a Escola Estadual Voltaire Pinto está passando por serviços de manutenção e revitalização geral na estrutura física, após 15 anos sem reforma. Em relação à Escola Estadual Senador Hélio Campos, a unidade de ensino vai receber obra de reforma geral. Os recursos de R$1,6 milhões são oriundos de emenda parlamentar, informou a Seed.