Em mais uma tentativa de ficar “bem na foto” com a população, o governador Antônio Denarium anunciou que pretende vender o Parque Aquático Major Alcides dos Santos, no bairro Asa Branca, zona Oeste de Boa Vista. O valor inicial será de R$ 2.650.000,00. Porém, em abril desse ano o Governo anunciou que recuperaria todos os parques aquáticos do Estado, inclusive o do Asa Branca, num investimento de cerca de R$20 milhões.
Para o leilão do complexo de lazer, o governador enviou um Projeto de Lei (PL) à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) no último dia 04 de julho, em caráter de urgência, mesmo não especificando o motivo da venda nem em que o valor arrecadado será investido.
Mas uma coisa é certa: concluída a venda do espaço, o público terá que pagar para entrar e brincar, uma vez que ali passará a ser um lugar privado. Isso contraria totalmente os anseios da população por anos e anos, vendo os parques fechados, tomados pela sujeira e pelo lixo. E isso inclui os parques localizados nos bairros Caçari, Jardim Primavera, Caranã e também no Parque Anauá – o maior deles, além da Praça Renato Haddad, a praça das fontes ao lado do Ginásio Totozão.
Falta de interesse
Vale lembrar que tais espaços foram alvos de ações na Justiça contra o Governo do Estado por representarem riscos à saúde e à segurança pública. No caso das fontes, Em 2017, o Ministério Público de Roraima (MPRR) pediu que o governo apresentasse um cronograma de reforma do local em 45 dias.
À época, a praça estava com calçamento quebrado e com mato. Questionado em 2019, o Estado apresentou como justificativa a calamidade financeira. Entretanto, dois anos depois, o MPRR voltou a fiscalizar a praça e viu que nenhuma obra estava em andamento. Dessa forma, o ministério recorreu à Justiça que, em abril de 2020, mandou o Estado reformar a praça em 24 meses.
Novamente, o Governo alegou que estava “concentrando esforços para combater à covid-19” e que na ocasião, não haveria espaço para o lazer. Porém, é notório que nem isso a gestão estadual se dignou a fazer. Basta lembrar do escândalo do superfaturamento na compra de respiradores, que resultou na condenação do ex-secretário Francisco Monteiro e o ex-servidor Francisvaldo Paixão, a pagar multa de cerca de R$ 640 mil e R$ 130 mil, respectivamente.
Outro caso emblemático que ilustra a falta de compromisso com a saúde da população foi a prisão do senador Chico Rodrigues, aliado de Denarium, em outubro de 2020, flagrado em casa com R$30 mil escondidos na cueca, durante a operação Desvid, cujo objetivo era desarticular um esquema de desvio de recursos públicos, oriundos de emendas parlamentares. Os valores eram destinados ao combate da pandemia de Covid-19, no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).
Ou seja: Denarium e sua turma nunca tiveram interesse na saúde. Nem na cultura, no lazer, na segurança e em nada que beneficiasse a população.
Informações: Roraima em Tempo