Como Tropofobia e Trump explicam o Brasil?

Sempre nos perguntamos a razão pela qual pessoas com elevados valores morais defendem políticos que não têm quaisquer valores e os transformam em líderes e mitos.

Estudos sobre a tropofobia dão uma nova luz e respondem a essa pergunta.

Os seres humanos têm várias fobias e, diante de situações que provocam essas fobias, ficam aterrorizados. Podemos citar a claustrofobia (medo de lugares apertados) e a aracnofobia (medo de aranhas) como exemplos disso.

Existe uma fobia que interfere no modo como aceitamos ou não as mudanças ao nosso redor. Essa fobia se chama: tropofobia que é o medo de mudanças, sejam elas mudanças de residência ou até mudanças no modo como nos comportamos.

Pessoas com algum nível de tropofobia são naturalmente conservadoras e querem que o mundo fique exatamente como está, pois isso as deixa confortáveis.

Imaginem o tamanho do sofrimento de pessoas que vivenciam algum grau de tropofobia em viver neste mundo que muda a cada instante e segue mudando rapidamente o tempo todo?

O candidato à presidência dos EUA em 2016, um empresário astuto e comunicador cheio de habilidade, até se eleger era democrata e grande financiador de campanhas democratas. O que mudou? Como visionário, ele percebeu que é fácil alcançar o poder e seguidores se oferecesse uma solução para a tropofobia que pessoas chamadas conservadoras sentem em algum nível.

A campanha “MAKE AMERICA GREAT AGAIN” (torne a América grande novamente) falava de modo profundo a esta dor verdadeira contra as mudanças, dizia que tudo voltaria ao modo como os americanos estavam acostumados a entender a América.

Por isso, grande parcela dos americanos não se importa se o Donald Trump é condenado por assédio sexual (aqui chamaríamos de estupro) nem se ele rouba bilhões dos contribuintes sonegando impostos etc.  Os desvios morais de Trump são ignorados pois pessoas que sofrem de tropofobia ficam aterrorizadas diante da mudança e para elas desvios morais ou crimes são irrelevantes, o que importa para tropofóbicos é aplacar a dor real que sentem diante das mudanças ou a possibilidade de mudança.

Imaginem uma pessoa com aracnofobia diante de uma aranha. Essa pessoa vai empurrar qualquer um que esteja em seu caminho para fugir do terror daquela aranha?

Todos sabemos que a resposta é sim e o mesmo acontece com pessoas tropofóbicas, elas vão apoiar qualquer político, independentemente das suas falhas morais e crimes que tenha cometido, se a promessa for a de dar fim às mudanças.

Aqui no Brasil, um político igualmente, cheio de desvios morais, percebeu essa onda e, com apoio do Steve Bannon, mentor do Trump, se valeu e se vale das mesmas estratégias que falam profundamente à tropofobia de uma parcela da população.

Pessoas conservadoras sofrem algum nível de tropofobia e isso explica tudo.

A partir deste momento, podemos ver um apoiador do Bolsonaro com outro olhar e talvez até perceber por que, igual a alguém que foge de uma aranha, os tropofóbicos apoiam um genocida, mentiroso, ladrão, misógino, e tantos outros adjetivos que aqueles que não sofrem do medo da mudança percebem em Bolsonaro. Eles só querem apagar a dor e o medo que sentem diante das mudanças.