A deputada estadual Yonny Pedroso (SD) foi conduzida pela Polícia Federal nessa segunda-feira (4) para recolocar tornozeleira eletrônica que havia tirado sem autorização da Justiça no dia 14 de janeiro, antes de tomar posse na Assembleia Legislativa de Roraima, em Boa Vista.
A condução da PF ocorreu após a Justiça Federal saber que Yonny Pedroso estava sem o equipamento eletrônico. Ela é acusada de envolvimento em um escândalo de desvio milionário no transporte escolar e está em recolhimento domiciliar.
A decisão que obrigou a recolocação da tornozeleira foi dada pelo juiz Helder Girão Barreto, da 1ª Vara Federal, onde tramita o processo contra a deputada. O magistrado determinou também que a Sejuc explique como a parlamentar conseguiu retirar a tornozeleira uma vez que ele não havia dado autorização para isso.
“[…] Tenho notícia de que a requerente retirou a tornozeleira eletrônica – não sei por ordem de quem – ,e mesmo sabedora do indeferimento de pedido de retirada, permaneceu em silêncio quanto à irregularidade”, descreve trecho da ordem judicial.
A defesa da deputada informou que houve um engano na interpretação da decisão do magistrado, o que acabou levando à retirada da tornozeleira. A defesa, no entanto, garante que a parlamentar não agiu de má fé, tanto é que se dispôs a recolocar a tornozeleira.
De acordo com André Fernandes, secretário da Sejuc, houve uma “interpretação equivocada” da decisão concedida pelo juiz Helder Girão no mês de janeiro. “Foi uma interpretação equivocada [acerca da ordem judicial] e o equipamento foi removido. Mas já foi recolocado ontem [segunda]”, diz.
A reportagem apurou que um agente da Sejuc teria se confundido e retirado o equipamento do tornozelo da deputada no dia 14 de janeiro. O servidor teria ainda tentado contatar a parlamentar para informar sobre o equívoco, mas sem sucesso.
“Oficie-se à autoridade responsável pelo monitoramento eletrônico de Yonny Pedroso da Silva e de todos [demais presos na operação] que estão sob essa cautelar, para que encaminhe relatório circunstanciado do acompanhamento no prazo de 48h, sob pena de responsabilidade”, determinou ainda o juiz.
Em uma decisão dada anteriormente pelo mesmo juiz foi acolhido um pedido de reconsideração da defesa para substituir a prisão domiciliar para recolhimento noturno. “Sem prejuízo das demais medidas”, destacou o magistrado. A determinação foi expedida no mesmo dia que assumiu o cargo de deputada. Mas, antes de tomar posse, a parlamentar foi à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), que cuida do sistema prisional, e removeu a tornozeleira, sem autorização devida.
Da cadeia ao plenário – Atrasada em relação aos demais deputados, Ione participou de uma cerimônia de posse em sessão realizada na Assembleia Legislativa na noite do dia 14 de janeiro, um mês depois de ter sido presa na operação Zaragata da Polícia Federal, junto com outras oito pessoas.
O marido dela, o empresário José Wallace Barbosa, também alvo da polícia, foi preso no dia 9 do mês passado, após ficar quase um mês foragido.
Ione foi beneficiada no dia 17 de dezembro com a prisão domiciliar. Ela deixou a Cadeia Pública Feminina, em Boa Vista, e recebeu a tornozeleira da Sejuc. A parlamentar teve a prisão convertida em razão de ter dois filhos pequenos.
Com informações de: G1