Acusado de assassinato brutal de adolescente em tribunal do crime é preso em Mucajaí, Sul de RR

Celson Magalhães Silva, de 30 anos, era a última pessoa envolvida no assassinato e estava foragido. Alessandra Costa, de 17 anos, foi estrangulada por mata-leão e depois teve o corpo queimado em março de 2020 em um tribunal do crime.

A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (22) o último acusado de participar do assassinato brutal da adolescente Alessandra Costa, de 17 anos, ocorrido em março de 2020, em um tribunal do crime. Celson Magalhães Silva, de 30 anos, foi localizado pela Guarda Civil de Mucajaí, no sul de Roraima.

Cinco pessoas estão presas pelo crime, e Celson estava foragido. A Polícia Civil cumpriu o mandado de prisão decretado pela 1ª Vara do Tribunal do Júri e 1ª Militar da Comarca de Boa Vista. O homem foi apresentado à audiência de custódia nesta sexta-feira (23).

A adolescente foi morta em um tribunal do crime em 3 de março de 2020 em uma casa no bairro Aracelis, na zona Oeste de Boa Vista. No jargão policial, tribunal do crime é um tipo de julgamento ilegal realizado por facções criminosas.

traída por uma amiga ao local do crime, a vítima foi estrangulada com um mata-leão e depois teve o corpo queimado (leia mais abaixo nesta reportagem).

De acordo com a investigação, os detidos eram membros de uma facção rival à de um ex-companheiro da adolescente, o que teria motivado o crime.

Com a prisão de Celson Magalhães Silva nesta quinta, a Polícia Civil encerrou as buscas para localizar a última pessoa envolvida no assassinato.

Os cinco detidos

Participaram do crime Bruno Valadares Cardoso, de 20 anos, que era namorado de Alessandra, e a irmã dele, com 16 anos à época do crime, que era amiga da vítima. Em depoimento à Polícia Civil, Bruno afirmou ter feito sexo com Alessandra, que em seguida foi executada.

Além dos irmãos, outros quatro jovens tiveram envolvimento no crime: Mike André Ribeiro da Silva, de 20 anos; Eduardo Elias de Jesus Lima, de 23; Thierre da Conceição Bandeira, de 22; e Celson Magalhães Silva, de 28.

Bruno Valadares, a irmã dele e Mike Silva foram presos em 6 de março de 2020, três dias depois do crime. Eduardo Lima foi preso preventivamente em 19 de março de 2020, e Thierre Bandeira, em 2 de abril de 2020, no Pará.

Todos respondem pelos crimes de homicídio qualificado (por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima), destruição de cadáver, corrupção de menores e organização criminosa. No mesmo processo, Mike André e Bruno Valadares respondem também por furto.

O crime

Alessandra Costa, de 17 anos, executada em tribunal do crime — Foto: Arquivo pessoal

Em 3 de março, Alessandra foi à escola às 7h, conforme queixa prestada na época pela família. Bruno, que era namorado da adolescente, disse que foi buscá-la por volta de meio-dia. Depois disso, os dois foram para casa de Mike, onde estava a irmã de Bruno, que era amiga da vítima.

Depois que as duas fizeram as sobrancelhas juntas, todos almoçaram. Em seguida, Alessandra foi para um quarto acompanhada de Bruno. Nesse momento, Mike saiu da residência para chamar mais dois homens, segundo depoimentos prestados na delegacia.

Após Alessandra ter sido estrangulada, corpo ficou escondido dentro da casa. Segundo relato da irmã de Bruno à polícia, três horas mais tarde um cheiro forte começou a se pelo local. A garota, então, resolveu pegou emprestado com uma tia um carro com carroceria, afirmando que Bruno iria receber um dinheiro.

Os três saíram, então, para abastecer o veículo e estocar gasolina em uma garrafa. Em seguida, voltaram ao local do crime, colocaram o corpo na carroceria do veículo e cobriram com um pano, além de vários objetos e de uma cadeira de rodas de Mike.

No Anel Viário, o trio colocou fogo no pano que cobria o corpo de Alessandra e despejou a gasolina, de acordo com a Polícia Civil. Os envolvidos confessaram também que, depois de voltarem para casa, venderam por R$ 240 um celular da vítima. O valor foi dividido entre os três.