Teresa explica uso de cloroquina, testes rápidos e início do pico da Covid-19

Em mais uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, a prefeita Teresa Surita falou à população nesta quarta-feira (20) sobre as novas medidas adotadas quanto à pandemia de coronavírus. Ela destacou a conversa que teve com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazzuelo, do qual solicitou mais atenção às prefeituras do país, eliminando a burocracia e fazendo repasses de recursos diretos ao município, sem passar pelos estados.

Para Teresa, que falou com o ministro por videoconferência com outros membros da Frente Nacional de Prefeitos, o contato direto entre as prefeituras e o Ministério da Saúde é de extrema necessidade nesse momento de pandemia, pois minimiza a burocracia e dá celeridade às ações de saúde junto á população.

Pazuello já sinalizou que vai priorizar cidades responsáveis pelo atendimento de infectados por covid-19 no repasse dos R$ 9 bilhões do Fundo de Reservas Monetárias. Atualmente, o ministério repassa os recursos aos governos estaduais, que depois repassam aos municípios.

“O Isso tem atrasado muito o nosso atendimento. Então, o meu pleito especificamente, em nome de todos os prefeitos, foi de que nesse momento, o Ministério da Saúde possa passar diretamente para os municípios aquilo que a gente precisa para atender diretamente às pessoas, ganhar tempo e não ficar nessa burocracia, que muitas vezes, atrapalha e atrasa nosso trabalho”, disse Teresa.

Protocolo da Cloroquina

A prefeita também apresentou à população como será o trabalho do município a partir do anúncio do protocolo de uso da cloroquina, feita pelo Governo Federal nesta quarta-feira (20). Teresa destacou que, ainda que não haja estudos que comprovem a eficácia do medicamento, o uso do mesmo será feito de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde.

“Foi instituída a possibilidade do uso do medicamento, que foi centro de uma discussão política que, a meu ver, não deveria nunca ter acontecido, por ser uma discussão técnica e médica. Porém, desde o início, estamos seguindo os protocolos do ministério da saúde. Agora, vamos também adotar a questão da cloroquina também, dentro das possibilidades que temos”.

Teresa explicou que o uso do medicamento vai acontecer de forma controlada, numa relação que envolve o médico responsável pelo atendimento e o paciente. Este deverá assinar um termo de responsabilidade, onde vai atestar que terá conhecimento de que a cloroquina não possui certeza de cura. Porém, o médico é quem vai determinar se o paciente deve ou não utilizar, de acordo com as condições sintomáticas do mesmo.

A prefeita esclareceu que não há cloroquina suficiente para atender a todos, porém já foi solicitado ao Ministério da saúde o envio do medicamento o mais rápido possível e também já foi aberto processo de licitação para compra do remédio, com o preço adequado. Teresa ressaltou que o Governo do Estado recebeu cerca de 20 mil comprimidos, repassando ao município apenas 300 caixas. “Essa quantidade não enche nem um posto de saúde”, disse.

“Já estamos entrando no pico da curva de infestação”

Novamente, a prefeita destacou a importância de manter o isolamento social e o uso da máscara, que segundo ela, são as medidas eficientes para combater o coronavírus. Isso porque, segundo ela, Roraima já está entrando no pico da curva de infestação, ocasião em que o sistema de saúde pode entrar em colapso.

“O isolamento social é uma das medidas mais eficazes para evitar o contágio. É algo chato de se fazer, mas necessário. Faz com que a gente não viva o pico da curva, que já começamos a entrar nela. Por isso, temos todos que usar máscaras, lavar as mãos e precisamos que todos compreendam que não podemos passar da curva de atendimento da capacidade de saúde de Boa Vista”.

A rede municipal de saúde conta com o dobro de demandas nas unidades básicas de saúde, de acordo com a prefeita. Quase 100 profissionais de saúde estão afastados por que ficaram doentes ou porque seus familiares ficaram. Por isso, a prefeita ressaltou que se toda a população tomar os devidos cuidados, o sistema não entra em colapso.

“Nós podemos atender um número limitado de pessoas. A partir do momento em que entrarmos no pico, não poderemos atender o suficiente. É o que Manaus está vivendo, além de Nova York, é o que a Itália viveu, a Espanha, é o que o mundo inteiro está passando. Quando você passa dessa curva, você tem uma falta de atendimento em todo o sistema, que engloba hospitais, UTIs, UBS, falta de médicos, de equipamentos, EPI, respiradores. É o que vemos nos jornais todos os dias e é o que Boa Vista está começando a viver nesse momento”.

A prefeita encerrou a transmissão pedindo que todos tenham paciência, cumprindo todas as medidas preventivas ao coronavírus, destacando que o município está trabalhando 24 por dia para garantir o melhor atendimento possível à população nesse momento de tensão causada pela pandemia.

“Peço paciência e que enfrentem isso com solidariedade. Quando peço ‘fiquem em casa’ é justamente pensando em não entrar nessa ‘linha vermelha’ da infestação. Tenham calma. Nós vamos passar por isso. Não abandonamos o barco nenhum minuto. E assim ficaremos até o final de nossa gestão”.