A justiça decidiu libertar um adolescente venezuelano de 17 anos após a Polícia Civil voltar atrás e acusar um brasileiro pela morte do empresário Antônio Coelho de Brito, 69, em Boa Vista.
A decisão foi concedida pelo juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude Marcelo Lima de Oliveira no último dia 19, logo depois que a Polícia Civil apresentou o verdadeiro assassino do empresário. O menor estava no Centro Socioeducativo (CSE).
Antônio de Brito foi morto a golpes de pá na cabeça quando chegava para trabalhar na manhã do dia 16, um domingo. O crime aconteceu em um galpão no bairro Pricumã, na zona Oeste da cidade, e dois venezuelanos foram detidos pela Polícia Militar suspeitos da morte.
Yorbin Moises Ponce Diaz, de 31 anos, foi preso junto com o menor, mas continua na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo acusado de roubo. Ele teve a prisão por homicídio convertida em temporária na audiência de custódia que ocorreu no dia seguinte ao assassinato.
A reviravolta no caso só aconteceu três dias depois do crime e da prisão dos imigrantes. Foi quando a Polícia Civil apresentou o pintor Eriton Leitão Brandão, de 26 anos, como autor do assassinato.
Os investigadores chegaram até ele após análise de imagens de segurança no endereço do crime.
O pintor foi preso no local de trabalho, confessou o homicídio, mas, conforme a polícia, disse que antes do assassinato foi assaltado e teve o celular roubado pelo estrangeiros.
Quando foram detidos pouco depois do assassinato de Antônio de Brito, os venezuelanos tinham uma carteira, documentos pessoais e um relógio, conforme o registro da PM.
Eles apareciam em filmagens de câmeras de segurança perto galpão na manhã do assassinato, mas negaram envolvimento na morte.
Ao ser preso, o pintor Eiton Brandão disse ainda que havia saído para beber com os imigrantes e após ser roubado invadiu galpão que pertencia ao empresário.
“O pintor tirou um cochilo e foi acordado pelo empresário, que o confundiu com um venezuelano, e isso gerou a luta corporal que resultou na morte de Antônio”, disse a delegada do caso, Eliane Gonçalves, ao apresentar o verdadeiro autor do crime.
Após o assassinato, o suspeito se escondeu na casa do patrão e trocou de roupa. A vítima foi achada morta pelo filho e os venezuelanos foram detidos pouco depois.
A delegada disse que com a mudança no rumo das investigações os imigrantes passaram a responder por roubo e não mais por homicídio.
Na decisão que soltou o menor, o juiz considerou não haver indícios para mantê-lo apreendido. O pintor foi autuado em flagrante pelo assassinato.
Informações – G1 Roraima