DPU recomenda que governo de RR apague vídeos de redes sociais por discriminar venezuelanos

A Defensoria Pública da União (DPU) recomendou nesta segunda-feira (27) que governo de Roraima remova um vídeo de todas as redes sociais por discriminar estrangeiros. A mensagem limita o atendimento de venezuelanos com coronavírus ao Hospital de Campanha.

Enquanto recomenda que brasileiros procurem as unidades básicas de saúde, Hospital da Criança, Hospital Geral de Roraima, Hospital Cosme e Silva e Hospital Materno Infantil.

“O que acaba por incentivar uma errônea percepção, por parte da população roraimense, no sentido de que as demais unidades de saúde que disponibilizam tratamento para a referida doença neste estado não deverão prestar atendimento a esse grupo de migrantes”, argumenta a DPU.
Procurado, o governo estadual ainda não se manifestou sobre o caso.

O documento é assinado pelos defensores Thiago Moreira Parry e Rafael Martins Liberato de Oliveira. O estado tem cinco dias para se manifestar oficialmente sobre o assunto ou pode sofrer com medidas judiciais, aponta a DPU.

A defensoria pede que as publicações sejam apagadas em até 72 horas e uma mensagem retificadora seja divulgada. O novo conteúdo deve informar que “as unidades de saúde do estado, que realizam tratamento para a Covi-19, atenderão a todo e qualquer paciente que as procure”.

O vídeo foi publicado em 14 de junho e aponta, ainda, que pacientes carregados por ambulância venezuelana devem passar por triagem no hospital de Pacaraima e posto da Secretaria de Fazenda (Sefaz) antes de receber atendimento. Desde 18 de março a fronteira segue fechada.

Estima-se que 15 mil venezuelanos vivem em Roraima, entre os 13 abrigos e 10 ocupações improvisadas em prédios públicos abandonados. “Situação que potencializa os riscos de exposição dessa população ao novo Coronavírus”, diz a DPU.

A defensoria aponta que desde 2016 o estado recebe um grande fluxo de pessoas vindas da Venezuela, o que levou o governo federal a alterar o atendimento emergencial para pessoas em situação de vulnerabilidade, a fim de atender os imigrantes.

Informações: G1 Roraima – Foto: Reprodução