Apesar das muitas promessas e campanhas de marketing do Governo do Estado, nada disso tem sido eficiente para resolver o caos da saúde em Roraima. Prova disso são as centenas de reclamações feitas por pacientes e familiares, que passam algum tipo de transtorno no Hospital Geral de Roraima, inclusive ocorrências de óbitos.
Um desses casos recentes é de um senhor que morreu aos 84 anos na madrugada do último dia 19 no HGR, devido a uma fratura no fêmur. O problema é que o paciente deveria ter passado por uma cirurgia, que não ocorreu devido à falta de material na unidade hospitalar.
O tempo de internação, passando por transferências – para o Hospital das Clínicas – sem que qualquer medida fosse tomada, agravou a situação do idoso, vindo à óbito. Ao todo, segundo a família, foram 64 dias de provações e angústias. “Nada trará nosso pai de volta, mas a falência do HGR é inquestionável, pessoas morrem todos os dias por descaso ou falta de material ou de medicamento”, postou a filha, numa rede social.
Um internauta comentou na postagem ter passado por situação semelhante. “Meu pai também faleceu quase nas mesmas condições. A pessoa se sente impotente. Fui em todo lugar possível, mais infelizmente ele faleceu. Como foi falado, nada traz ele de volta. E isso acontece todos os dias. Isso é normal lá dentro. Muito triste”.
Outro internauta também criticou a inércia do Governo do Estado. “Meu sentimento de revolta e decepção é tão grande quanto o seu. Estamos à deriva. Entra governo e sai governo e ficam colocando a culpa da situação nos gestores passados, sendo essa desculpa muito sem lógica, resultado das escolhas. Lamento pela sua perda, sinceramente”.
Outro lado – De acordo com a Coordenação Geral de Avaliação, Regulação e Controle (CGRAC), da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), atualmente são 7.176 pacientes na fila de espera por uma cirurgia no HGR. A falta de insumos nos últimos três meses foi uma das causas do atraso em atender todos, já que algumas empresas não concordaram em realizar os fornecimentos dos instrumentos necessários para o pleno funcionamento das unidades do Estado, a exemplo do HGR. Essa negativa ocasionou um acréscimo na fila única do Sistema Único de Saúde de 1.658 pacientes.